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Notícia

25 de julho: Dia da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha

Hoje, 25 de julho, é o Dia internacional da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha. No Brasil, desde 2014, a data também marca o Dia de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Benguela foi uma liderança quilombola no século XVIII, e comandou durante duas décadas a resistência do quilombo Quariterê, na região do Mato Grosso. O dia, desse modo, busca ressaltar a luta das mulheres negras contra as discriminações de raça e de gênero.


A dupla discriminação de raça e gênero potencializada a violência à qual a mulher negra está expostas. No Brasil, elas têm três vezes mais chance de sofrerem feminicídio do que as mulheres brancas. Além disso, são as mulheres negras as que mais sofrem com trabalhos precarizados e salários rebaixados, sendo as mais suscetíveis à desigualdade salarial. Apesar de serem chefiarem as famílias em 41,1% dos lares, a diferença de salários entre um homem branco e uma mulher negra, em média, é de 43%, segundo aponta a pesquisa O Desafio da Inclusão,


Luta por visibilidade e representatividade

Um dos objetivos da data é visibilizar a mulher negra e suas lutas através de diferentes aspectos. É um dia que marca a resistência dessas mulheres, que vêm cada vez mais se organizando e cobrando maior representatividade e visibilidade nas instituições e nos espaços de poder. Na política, por exemplo, apesar de mais da metade da população brasileira ser constituída por mulheres, e 27% por mulheres negras, o número de cargos ocupados por elas ainda é desproporcional. A última eleição, porém, registrou um pequeno avanço. Na Câmara de Deputados, as mulheres negras passaram de dez para 13. Números ainda baixos, mas que, mesmo em tempos de bolsonarismo, evidenciam que essas mulheres não irão aceitar voltar atrás.


O dia também ressalta a luta das mulheres negras dentro dos próprios espaços coletivos feministas e movimentos sociais, que costumavam desconsiderar o imbricamento entre as questões de raça, gênero e classe em seus debates. No caso do feminismo, as mulheres negras são responsáveis por questionar pautas que eram colocadas como universais, em diversos debates, como o do mercado de trabalho. Enquanto o feminismo hegemonicamente branco e liberal reivindicava a entrada no mercado de trabalho no século XX, por exemplo, as mulheres negras já trabalhavam no Brasil desde o século XVI. Ao passo que mulheres brancas reivindicavam circular no espaço público, as mulheres negras já exerciam, nas ruas, diversos tipos de trabalhos, como o de quitandeiras e lavadeiras. Discussões e problemáticas que se consagraram na frase de Sueli Carneiro: “é preciso enegrecer o feminismo”. 


Origem da data

O Dia Internacional da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha foi criado após o 1º Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, em Santo Domingos, República Dominicana, em 1992. Já o Dia de Tereza de Benguela e da Mulher Negra foi instituído pela Lei 12.987/2014.


Assessoria ADUFPel


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