Carreatas acontecem neste sábado (23) para exigir vacinação para todos e pelo ‘Fora Bolsonaro/Mourão’
Em Pelotas, a Frente em Defesa do Serviço Público, das Conquistas Sociais e Trabalhistas (Frentão) irá reunir-se nesta sexta-feira (22), às 17h, para tratar da organização da carreata e planejar as atividades de mobilização da Semana de Lutas.
A campanha de vacinação no Brasil mal começou e deve paralisar nas próximas semanas, por consequência da política genocida, falta de planejamento e má gestão do governo de Bolsonaro e Mourão. É diante deste cenário que, neste sábado (23), estão sendo convocadas, por todo o país, carreatas com o mote “Fora Bolsonaro. Vacina para todos já”. As mobilizações também exigem a volta do Auxílio Emergencial e estabilidade no emprego aos trabalhadores.
Não há doses suficientes para imunizar sequer o primeiro grupo prioritário estabelecido no Plano Nacional de Vacinação, que soma cerca de 14 milhões de pessoas (profissionais de saúde, idosos com mais de 75 anos e idosos a partir de 60 anos que vivem em asilos, indígenas e quilombolas), muito menos a população total brasileira estimada em 212 milhões de pessoas.
Faltam insumos para produção de mais doses das vacinas aprovadas (CoronaVac e AstraZeneca), nem mesmo há previsão de quando outras marcas de vacinas chegarão ao país. Enquanto isso, as crises econômica e social se agravam com aumento do desemprego e da miséria e os números de casos e mortes pela Covid-19 seguem em uma tendência de crescimento, ultrapassando a marca de 212 mil pessoas.
Negacionismo e extremismo de ultradireita
O Brasil tem 10,8 milhões de vacinas CoronaVac, sendo 6 milhões distribuídas nesta semana aos estados, e outras 4,8 milhões já produzidas e que aguardam a liberação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O contrato do Instituto Butantan com a Sinovac prevê a produção de outras 36 milhões de doses até março, mas para isso é preciso a importação da matéria-prima da China, que está paralisada há 15 dias em razão de problemas diplomáticos e burocráticos por parte do governo brasileiro.
Outro imunizante, a vacina AstraZeneca, produzida em parceria pela Fiocruz e a Oxford, não chegou ao Brasil porque também enfrenta problemas de importação de 2 milhões de doses da Índia. A Fiocruz declarou que depende da importação de insumos para produzir o imunizante em solo nacional com estava previsto.
A dificuldade em importar os insumos é resultado da política adotada por Bolsonaro, seus filhos e o ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo, que se alinhou aos EUA e passou os últimos anos atacando a China e se opondo à Índia, criando problemas diplomáticos.
Segundo a pneumologista e pesquisadora da Fiocruz Margareth Dalcomo é “injustificável não termos vacina por incompetência diplomática”. A médica fez um desabafo nesta quarta-feira (20), durante a cerimônia do Prêmio São Sebastião de Cultura, que viralizou nas redes sociais.
“Não há nada nesse momento que justifique, a não ser a desídia absoluta e a incompetência diplomática do Brasil, que não permita que cada um dos senhores aqui presentes e suas famílias e aqueles que vocês amam, esteja amanhã ou nos próximos meses, de acordo com o cronograma elaborado, recebendo a única solução que há para uma doença como a covid-19”, afirmou a pesquisadora, emocionada.
O fato é que o negacionismo e a postura anti-ciência adotada por Bolsonaro desde o início da pandemia explica a grave situação que vivemos no país. Desde as declarações absurdas chamando a Covid-19 de “gripezinha” ao deboche com as milhares de mortes que já ultrapassaram 210 mil vítimas no país (com o “E daí”, “não sou coveiro”), ao manter um general inepto como Ministro da Saúde, e tantos outros ataques.
As ações do governo diante da pandemia já configuram como crime de responsabilidade. A situação em Manaus (AM) é o exemplo mais gritante. Documentos revelam que o governo sabia com antecedência do iminente colapso na rede hospitalar e da falta de oxigênio, que tem levado a dezenas de mortes por asfixia no estado nas últimas semanas.
“Se depender do governo Bolsonaro, outras milhares de pessoas continuarão morrendo e a crise seguirá se agravando no país, com desemprego e aumento da miséria. É urgente uma luta para colocarmos para fora este governo genocida, denunciar os governos estaduais que também estão brincando com a vida da população e exigir vacina já para todos os brasileiros. Vamos nos mobilizar de todas as formas possíveis”, defende a servidora da Saúde de Natal (RN) e integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Rosália Fernandes.
Confira os atos já confirmados para 23/01:
Acre
Rio Branco – 15 h – Concentração na Uninorte
Alagoas
Maceió – 15h – Praça Centenário
Bahia
Salvador – 9h – Vale da Canela
Ceará
Fortaleza – 15h – Dragão do Mar
Distrito Federal
Brasília – 9h – Torre da TV / Funarte
Goiás
Goiânia (GO) – 16h
Concentração na Praça Universitária. Saída às 17h até a Praça Cívica
Mato Grosso
Cuiabá – 9h – Concentração na UFMT, Guarita 1, Av. Fernando Correia
Mato Grosso do Sul
Campo Grande – 10h – Cidade do Natal
Minas Gerais
Belo Horizonte – 16h – Mineirão
Pará
Belém – 9h – Doca de Sousa Franco
Ananindeua – 9h – Ginásio Abacatão
Paraíba
João Pessoa – 16h – Liceu ao Busto
Paraná
Curitiba – 15h30 – Praça Nossa Senhora de Salete
Pernambuco
Recife – 9h – Em frente à fabrica Tacaruna / Classic Hall (Av. Agamenon Magalhães)
Piauí
Teresina – 8h – Centro Administrativo
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro – 10h- Monumento à Zumbi no Centro
Macaé – 17h – Posto BR da Praia Campista
Rio das Ostras – 9h – concentração Cemitério do Âncora
Rio Grande do Sul
Porto Alegre – 16h – Largo Zumbi
Rio Grande – 11h – Rua São Leopoldo esquina com a Av. Rio Grande
Nova Hamburgo – 9h30 – Pista de Eventos
Santa Catarina
Florianópolis – 16h – Koxixo’s Bar (Beira Mar Norte)
São Paulo
São Paulo – 14h – Alesp
Osasco e Oeste Metropolitano – 8h30 – Parque dos Paturis
São José dos Campos – 10h – No Estádio Martins Pereira
Tocantins
Palmas – 17h – Concentração no Eixão Norte
Fonte: CSP-Conlutas com edição e inclusão de informações de Assessoria ADUFPel