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Notícia

Casos de Covid-19 e insegurança marcam retorno às aulas presenciais no RS

Autorizada pelo governo do Rio Grande do Sul a partir de um decreto publicado no dia 27 de abril, a volta às aulas presenciais das redes públicas estadual e municipal já apresenta consequências. Assim que reabriram as portas, diversas escolas passaram a registrar casos de contaminação de Covid-19 ao expor servidores, estudantes e familiares durante um dos cenários de maior gravidade da pandemia. 


Desde fevereiro deste ano, o governador Eduardo Leite (PSDB) vinha sofrendo uma série de derrotas na Justiça, o que o impediu de reabrir as escolas enquanto estava em vigência a bandeira preta. No entanto, encontrou uma solução ao alterar o Modelo de Distanciamento Controlado, ajustando-o para que fosse permitida a retomada presencial. Com a jogada política, Leite mudou a cor da bandeira do estado para vermelha, apesar dos altos números de internações e casos e lentidão na imunização da população.


Foram ao menos 16 cidades gaúchas que tiveram ou terão aulas suspensas. A partir desta quarta-feira (19), a suspensão passa a valer para as redes municipais, estadual e privada das cidades que compõe a Associação dos Municípios dos Campos de Cima da Serra: Bom Jesus, Campestre da Serra, Esmeralda, Ipê, Jaquirana, Monte Alegre dos Campos, Muitos Capões, Pinhal da Serra, São José dos Ausentes e Vacaria.


Caxias

Mesmo com baixa adesão, várias instituições de ensino reportaram casos entre estudantes e funcionários desde então. Em Caxias do Sul, quatro escolas da rede municipal apresentaram contaminação, segundo informações da Secretaria Municipal de Educação.


Foram doze casos apenas na Escola de Ensino Fundamental Arnaldo Ballvê, onde a situação levou ao afastamento de toda a equipe diretiva pela contaminação da diretora e de duas vices, além de professores e uma funcionária da higienização. Estudantes também apresentaram sintomas e foram isolados. Por conta disso, as aulas foram suspensas até sexta-feira passada (14). 


A instituição estava em funcionamento há apenas dez dias quando isso ocorreu. De um total de 630 estudantes matriculados no Ensino Fundamental, cerca de 30% haviam retornado. E, apesar da baixa adesão, docentes temiam pela possibilidade de um surto de Covid-19. 


Rio Grande

Em Rio Grande, três instituições registram casos suspeitos ou confirmados: duas públicas e uma privada. Na EEEF Barão de Cêrro Largo, duas professoras estão em isolamento. Uma delas havia enviado atestado antes do retorno e a outra manifestou sintomas e estava esperando o resultado do exame. Apesar disso, as atividades foram canceladas apenas por um período de dois dias, para que o local fosse higienizado. 


Na EEEM Roberto Bastos Tellechea, um professor também apresentou sintomas de Covid-19 e aguardava o teste. Demais funcionários já haviam tido contato com o vírus antes do retorno. 


Santa Maria

Em Santa Maria, as aulas também tiveram de ser suspensas após casos positivos.No Instituto Estadual de Educação Padre Caetano, ao menos duas pessoas foram infectadas e estão isoladas com sintomas leves: o vice-diretor e uma professora. O ensino presencial compreendia estudantes das séries iniciais e finais do ensino fundamental. 


Santana do Livramento

Em Santana do Livramento, foram quatro casos confirmados de Covid-19, sendo dois de auxiliares gerais e dois de professores, além de outros cinco casos suspeitos no colégio particular Santa Teresa de Jesus. 


Portão

Educadores também foram contaminados em duas das cinco escolas estaduais de Portão e tiveram de fechar as portas temporariamente. Um professor, uma merendeira e uma vice-diretora estavam positivados. 


A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que haja suspensão das aulas na presença de três casos positivos da doença. 


Descumprimento de protocolos

O jornal Extra Classe divulgou que o Sindicato dos Professores do Estado (Sinpro/RS) vem recebendo uma série de denúncias de docentes sobre estarem sendo negligenciados, em um número significativo de instituições de ensino, o uso de proteção individual e de álcool em gel para higienização de mãos e superfícies. Também obteve informações de que falta álcool em gel, há utilização inadequada de máscaras, aglomerações de alunos e até reuniões e lanches coletivos em ginásios. 


O CPERS também tem travado uma intensa batalha contra o retorno presencial e chegou a recorrer à Justiça. Para o Sindicato, o Sinpro e a Associação de Pais e Mães pela Democracia (AMPD), a medida do governo federal "configura verdadeiro atentado à vida de milhares de gaúchos". 


A entidade defende a retomada das aulas presenciais somente após ampla vacinação de trabalhadores em educação e no atendimento socioeducativo, bem como mais recursos humanos, físicos e financeiros e estratégias de testagem, rastreamento e monitoramento dos casos de Covid-19 como condicionantes mínimos de um retorno seguro às aulas presenciais. 


Situação em Pelotas

De acordo com Mauro Amaral, diretor-geral do 24º Núcleo do CPERS, em função do Decreto Municipal de Pelotas, que permite apenas o retorno da educação infantil e séries iniciais do Ensino Fundamental, até sexta-feira (14), das 29 escolas que trabalham com esta modalidade de ensino, apenas quatro haviam retornado às atividades presenciais, porém com baixa adesão dos alunos, não superando mais de 13 estudantes nos dois turnos (manhã e tarde). Até o momento, não há registro de casos de Covid-19. 


Conforme explica, o Sindicato tem resistido firmemente contra o retorno presencial das atividades escolares. “Em nenhum lugar do mundo, voltaram as atividades pedagógicas presenciais com uma taxa alta como nós temos no estado e no Brasil como um todo. Nesse sentido, o CPERS tem defendido a imunização em massa da população. Sem ter vacina para todos e todas, não temos condições de retornar”. 


O diretor ressalta que a entidade tem mantido contato com a Promotoria de Educação de Pelotas e realizado reuniões com os prefeitos da Zona Sul a fim de reforçar que não há segurança sanitária necessária. Além disso, o  24º Núcleo tem movimentado uma campanha de mídia e som nos bairros para conscientização da comunidade escolar acerca dos riscos. 


Vacinação de professores 

Há quatro dias, em 13 de maio, o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu a decisão que permitia iniciar a vacinação de professores contra a Covid-19. A Secretaria da Saúde (SES) e o Conselho das Secretarias Municipais de Saúde (Cosems/RS) decidiram por continuar cumprindo o previsto no Plano Nacional de Operacionalização (PNO). 


O ANDES-SN, bem como a ADUFPel, reafirmam a necessidade da vacinação para todos e todas já, como estratégia coletiva, pois compreende que a luta imediata deve ser pela imunização do conjunto da população, até que seja atingido o percentual estipulado pelas organizações da saúde para o controle da pandemia. 


Assessoria ADUFPel 

Com informações de G1, Jornal Extra Classe, Gaúcha, Diário Popular e CPERS


Imagem: CPERS



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