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Notícia

Com música e chamado ao esperançar, tem início o 65º Conad do ANDESN em Vitória da Conquista (BA)

A música do projeto Marujada Mirim, do Beco de Dôla, abriu os trabalhos do 65º Conad do ANDES-SN, que acontece de sexta (15) a domingo (17), na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), em Vitória da Conquista (BA), com o tema central "Retorno presencial com condições de trabalho e políticas de permanência para fortalecer a luta por Educação Pública e liberdades democráticas".

Formado por crianças e adolescentes, o grupo animou as e os participantes com sua batucada e alegria contagiantes. Os instrumentos utilizados pelo grupo são feitos de materiais reciclados pelo projeto, que tem como propostas a transformação social através da arte e valorização da herança cultural do povo negro.

Após a apresentação, a mesa de abertura foi composta por convidadas e convidados de diversos movimentos – estudantis, sociais e sindicais - parceiros na luta do ANDES-SN. Fizeram falas representantes da Fenet, do DCE da Uesb, do Sindicato dos Servidores Técnico-administrativos da Uesb (Afus), do Sinasefe e da CSP-Conlutas, além do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) e também da reitoria da Uesb.

As falas apontaram a importância da mobilização docente para a defesa da Educação, da universidade pública, gratuita e de qualidade socialmente referenciada e da classe trabalhadora e, ainda, como a luta empreendida por professoras e professores serve de inspiração e estímulo para estudantes e outras categorias. Ressaltaram também a relevância dos temas que serão tratados durante o Conad e suas deliberações.

O coordenador da CSP-Conlutas, Paulo Berela, lembrou que o ANDES-SN tem uma história que se mistura à da CSP-Conlutas, central a qual a entidade é filiada. “Estivemos juntos não só na luta em defesa da Educação, mas também em momentos muito cruciais da própria existência do sindicato, como no momento em que tentaram dividir os trabalhadores da Educação, com a criação de outra entidade para servir a um governo de conciliação de classes e, também logo depois, quando tentaram caçar o registro sindical do ANDES-SN”, afirmou, destacando que é preciso reconhecer o Sindicato Nacional como uma das maiores entidades de trabalhadores e trabalhadoras do país, fundamental para a organização da classe.

Alexandre Galvão, presidente da Associação de Docentes da Uesb (Adusb Seção Sindical do ANDES-SN), falou da satisfação em receber o 65º Conad no ano em que a Seção Sindical completa 40 anos de luta. “Esperamos e ansiamos esse momento, trabalhando muito, para que vocês, aqui em Vitória da Conquista e em nossa universidade, possam trabalhar com tranquilidade”, destacou.

Universidade e Sociedade

Durante a abertura do 65º Conad foi lançado o número 70 da revista Universidade e Sociedade, publicação semestral do ANDES-SN. Luiz Henrique Blume, 3º secretário do ANDES-SN e do conselho editorial da publicação, falou do conteúdo da edição que tem como tema central “Retorno presencial e pandemia: desafios do trabalho docente no contexto das transformações educacionais”.

De acordo com Blume, a publicação dialoga com a conjuntura politica e social, com os ataques enfrentados pela categoria docente, como a precarização do trabalho e ameaça de implementação do ensino à distância e híbrido, e com a luta empenhada em defesa da educação pública. Além disso, presta homenagem à Semana de Arte Moderna de 1922 e ao poeta amazonense Thiago de Melo. A revista foi distribuída aos e às participantes e também pode ser lida aqui.

Universidades Estaduais e Municipais: quem conhece, defende!

Outra apresentação que marcou abertura do 65º Conad foi a exibição de um dos vídeos da Campanha “Universidades Estaduais e Municipais: quem conhece, defende!”. Aprovada no 40º Congresso do ANDES-SN, a campanha é composta por diversos materiais visuais, como outdoors, cartazes, camisetas e uma série de vídeos com a personagem Preta Mari.

Na sequência, a presidenta do ANDES-SN, Rivânia Moura, assumiu a palavra para saudar a presença de todas e todos e fez um discurso com base no esperançar, termo cunhado por Paulo Freire.

“Iniciar o nosso dia aqui com a Marujada Mirim do Beco de Dôla é uma grande lição, além da energia e alegria contagiante, dá também o esperançar das nossas lutas, da universidade pública de portas abertas para concretizar seu propósito da educação como um direito”, afirmou.

Rivânia fez um breve histórico das lutas travadas pelo sindicato no último período, destacando o protagonismo do ANDES-SN na luta para barrar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32, na defesa das pautas de reivindicações do funcionalismo federal e do Setor da Educação. “O ANDES-SN foi, sim, uma das entidades que mais colocou gente nas ruas. O nosso esperançar é na luta, na nossa organização e mobilização”, disse.

A presidenta do ANDES-SN destacou ainda que a mobilização da categoria na capital federal nas últimas semanas também contribuiu para a aprovação, na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara, da PEC 96/22, que garante orçamento para a Educação, sem contingenciamento. “Só foi possível porque nós estávamos lá”, afirmou.

Outro ponto abordado por Rivânia foi a preservação do caráter classista do sindicato ao longo dos anos, compreendendo também as singularidades da classe, explorada de diferentes formas por sua raça, gênero e sexo. “Temos sido acusados de abandonar a luta classista pelo fato de incorporar pautas antirracista, antimachista, antilgbtqia+fóbica, capacitismo, questões que atingem de modo mais forte uma parte da classe trabalhadora. Não podemos ficar apenas numa abstração de classe descolada da realidade. Precisamos entender que a classe é diferenciadamente explorada e que isso exige um enfrentamento dos nossos instrumentos de luta.  Enfim, não se trata de identitarismos ou de políticas identitárias, mas da compreensão materialista e de totalidade da classe e suas lutas”, afirmou.

A presidenta falou, ainda, do apoio às lutas indígenas, do Ocupa Brasília realizado há algumas semanas, além das campanhas feitas pelo ANDES-SN, como a “Defender a Educação Pública, essa é a nossa escolha para o Brasil” e “Universidades Estaduais e Municipais: Quem conhece, defende”.

Antes de anunciar oficialmente a abertura do 65º Conad, a Rivânia reforçou o apoio do ANDES-SN à professora Elizabeth Lewis, que está sendo ameaçada pela reitoria da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) de anulação de sua posse, após oito anos de dedicação à instituição (saiba mais aqui). A plenária foi encerrada com a plateia repetindo em coro: Elizabeth Fica! 

Instalação

Ainda pela manhã, as e os docentes também participaram da Plenária de Instalação, que discutiu e aprovou o regimento do encontro. Houve mudança na programação. A manhã de sábado será dedicada ao Grupo Misto do Tema 3 e, já na parte da tarde, terá início a Plenária do Tema 2.

Plenária da tarde debate enfrentamento ao bolsonarismo, aos ataques à educação e às opressões

A primeira plenária temática do 65º Conad, realizada na tarde desta sexta-feira (15), teve como objetivo a atualização do debate do ANDES-SN sobre conjuntura e movimento docente. Cinco textos foram encaminhados ao Caderno de textos e seu anexo, mas apenas quatro foram apresentados na plenária por representantes de seus autores e suas autoras. A presidenta do ANDES-SN, Rivânia Moura, defendeu a análise de conjuntura da Diretoria. A leitura é de que, a partir do cenário internacional, o Brasil continua sendo impactado pela crise capitalista, que teve início em 2008 e que se acirrou após 2020, com a sanha do Capital em se recuperar frente à pandemia de Covid-19 e à custa da vida dos trabalhadores e das trabalhadoras. Rivânia destacou ainda o cenário de lutas latino-americano, com recentes eleições que concretizaram vitórias de governos do campo da esquerda, como Colômbia e Chile. A greve geral puxada pelas comunidades indígenas no Equador também foi mencionada como importante exemplo de como esse instrumento pode resultar em conquistas para a classe trabalhadora e derrotas ao neoliberalismo. No âmbito nacional, a violência política, os ataques à Educação e aos direitos sociais e trabalhistas foram destacados, junto com a necessidade de unidade na luta para enfrentar o bolsonarismo nas ruas e nas urnas. As professoras Eleonora Ziller (Adufrj SSind.) e Nicole Pontes (Aduferp SSind.) apresentaram o texto com título “O que a conjuntura impacta na vida docente: remover o governo criminoso de Bolsonaro para reconstruir e transformar o Brasil”, que abordou, entra outras coisas, a defesa da participação do ANDES-SN na Conferência Nacional Popular da Educação (Conape).

O texto “Lutar pelo poder popular! Pelo socialismo e o internacionalismo! Fora Bolsonaro! Construir a universidade popular!”, foi defendida pelo professor Luis Acosta (Adufrj SSind). Entre as temáticas abordadas pelo texto estão a luta pela Memória, Verdade e Justiça, que transformou lutadores em mártires na ditadura militar e a independência de classe, afirmando que a luta dos trabalhadores e das trabalhadoras não se esgota nas eleições.

A professora Alair Silveira (Adufmat-Ssind) defendeu o texto “Nas Ruas ou nas Urnas?”, criticando a tendência de defesa da candidatura de Lula como alternativa ao governo Bolsonaro.

Após as apresentações, foram abertas falas às e aos docentes presentes na plenária. As cinquenta inscrições foram intercaladas para garantir a paridade de gênero. As manifestações das e dos participantes aprofundaram os temas trazidos pelos e pelas proponentes como a interseccionalidade da luta de classe e das lutas contra o machismo, o racismo, o capacitismo e a lgbtqia+fobia.  Também apontaram como a tarefa do Sindicato Nacional seguir na luta pela revogação da Emenda Constitucional 95 (do Teto dos Gastos ), em defesa da Educação pública, pela construção de uma greve do Setor da Educação e no combate ao bolsonarismo nas ruas e não apenas nas urnas. 

A mesa da plenária foi presidida pela 1ª tesoureira da Regional Norte 2, Andréa Matos, acompanhada pelos diretores Luis Augusto Vieira, Fernando Prado e pela diretora Gardênia Lemos.

“Além da atualização sobre a guerra na Ucrânia, os ataques à educação pública e ao conjunto dos serviços e servidores e servidoras públicos implementados pelo governo federal e nos estados, bem como a necessidade de derrotar o governo Bolsonaro-Mourão, foram pautadas nas falas a articulação das lutas protagonizadas pelo ANDES-SN em relação ao movimento docente, centro do debate. A plenária também levantou questões fundamentais em relação ao enfretamento às opressões de gênero, sobretudo no que se refere às diversas formas de assédio, reafirmando a necessidade de avançar nessas pautas, no bojo da luta mais ampla por outro projeto societário”, explicou Andréa. Segundo a diretora do Sindicato Nacional, o acúmulo do debate dessa primeira plenária irá contribuir para as discussões e deliberações dos próximos espaços do 65º Conad.

Lançamento

Ao final, a delegação da Adufmat-SSind apresentou o segundo caderno produzido pelo Grupo de Trabalho de Política e Formação Sindical (GTPFS) local, intitulado "Capital e Trabalho: ofensivas e resistências". O trabalho reúne análises acerca da identificação e sistematização de toda a legislação contrária aos interesses dos trabalhadores aprovadas nos últimos anos.

Grupos de Trabalho

Dando continuidade aos trabalhos, na noite dessa sexta, delegadas, delegados, observadoras e observadores do 65º Conad se dividiram em grupos mistos de trabalho para debater sobre os textos de resolução do tema 2 – Planos de lutas geral e dos setores do ANDES-SN.

Participantes

O 65º Conad do ANDES-SN, segundo evento deliberativo presencial desde o início da pandemia, conta até o momento com participantes de 58 Seções Sindicais, representadas por 55 delegados e delegadas, 109 observadores e observadoras, 7 convidados e convidadas e 26 diretores e diretoras, totalizando 197 participantes.

Delegação da ADUFPel

Estão participando da 65º edição do Conad do ANDES-SN a presidenta da ADUFPel, Regiana Blank Wille, como delegada, as diretoras Celeste dos Santos Pereira e Elaine da Silva Neves e o coordenador do Conselho de Representantes, Carlos Mauch, como observadores suplentes da delegada. 

Segundo Regiana, o primeiro dia do Conad evidenciou a necessidade da presencialidade para que possam ser aprofundadas as discussões acerca dos rumos do Sindicato Nacional. "São 58 seções sindicais presentes demonstrando a necessária mobilização por parte dos docentes das Instituições de Ensino Superior (IES). As primeiras mesas trouxeram discussões que não foram vencidas no Congresso e acrescentaram outras tão necessárias ao movimento sindical, cumprindo nossas lutas históricas na defesa da educação pública, da universidade e dos e das docentes", apontou.

Fonte: ANDES-SN, com inclusão de informações de Assessoria ADUFPel
Fotos: Imprensa ANDES-SN

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