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Comunidade da UFPel promove assembleias para debater os efeitos dos cortes orçamentários

Mesmo após vitória da mobilização que levou o governo a recuar e desbloquear o orçamento de universidades e institutos federais, a comunidade acadêmica da UFPel se reuniu para defender a educação pública e fortalecer o movimento contra os cortes aplicados até então, cujas consequências levam a UFPel a atravessar sua pior crise financeira. 


Durante esta segunda-feira (10), as categorias representativas da UFPel (DCE, ADUFPel e ASUFPel), com o apoio do Sinasefe IFSul, estiveram reunidas para discutir e refletir sobre as implicações das reduções de verbas e deliberar sobre a organização de atividades em defesa da educação pública. Para isso, foram realizadas duas assembleias gerais da comunidade. A primeira aconteceu a partir das 12h, em frente ao Restaurante Universitário do Campus Capão do Leão, e a segunda às 17h30, na praça da Faculdade de Direito. 


Representantes das categorias e reitoria marcaram presença e chamaram atenção para as perdas significativas que as instituições de ensino vem sofrendo deliberadamente nos últimos anos. Também alertaram sobre os riscos referentes à manutenção do funcionamento da Universidade. 


A presidenta da ADUFPel, Regiana Wille, destacou o papel desempenhado pelas entidades na linha de frente em defesa da educação pública, gratuita, laica e socialmente referenciada. Segundo ela, a condição de precariedade em que se encontram as instituições de ensino não é recente. São anos de ataques e cortes orçamentários, questões que integram um projeto de destruição da universidade pública e impactarão na vida de toda a população. Por isso, reforça a importância de uma articulação conjunta e consistente. 


“Educação não é mercadoria. Precisamos lutar todo dia, não só quando a gente tem um corte, porque os cortes estão sendo aos poucos feitos e precisamos nos dar conta disso. E a ADUFPel está junto dos seus docentes e também dos estudantes e servidores”, afirmou. 


A docente ainda alertou para outros elementos que atingem o trabalho e que devem ser vistos com atenção. “Nós temos feito assembleias, reuniões e muitos outros eventos porque a privatização da Universidade vem acontecendo não só de cima pra baixo, mas de baixo pra cima. É o Programa de Gestão [que atinge docentes EBTT], é o teletrabalho, é o Reuni Digital, e precisamos estar atentos, porque isso é uma forma de privatizar a universidade também, de acabar com o serviço público e com o que nós oferecemos para a sociedade: educação e saúde”. 


A coordenadora do ASUFPel-Sindicato, Mara Beatriz, destacou os cortes sofridos, especialmente nos últimos dois anos, pelo Ministério de Ciência e Tecnologia. “Isso implica em toda pós-graduação do Brasil, isso implica diretamente em nossas vidas e na sociedade pelotense. Se somos 22 mil estudantes, se somos quase quatro mil servidores na ativa, entre técnicos e docentes, sabemos que isso impacta na economia de toda região, porque quando a gente não tem salário, a gente não tem dinheiro, a gente não pode movimentar a economia, deixando de comprar dos comerciantes do centro, de pagar as contas”. 


Victor Oliveira, representante do movimento estudantil e estudante de Engenharia Civil, apontou que a situação da universidade federal é insustentável. Conforme salientou, desde que os magnatas da educação privada se apossaram do Ministério da Educação, a lógica do governo federal para as universidades e institutos é de redução do orçamento, precarização do trabalho, desinvestimento em pesquisa, ensino, extensão e permanência. 


“No governo facista de Jair Bolsonaro e Mourão, essa ofensiva foi maximizada, tendo como horizonte a privatização de todo bem público da educação, que é de posse do povo brasileiro. Corte, contingenciamento, bloqueio são palavras que se tornaram a cada semestre mais utilizadas dentro do nosso espaço de estudo e, apesar de alguns destes terem sido revertidos com muita luta dos estudantes, sindicatos e movimentos sociais, o orçamento da UFPel para 2022 é o menor dos últimos anos, sendo que a perspetiva para 2023 é que este valor seja ainda menor. Bolsonaro e o bolsonarismo elegeram os estudantes como seu inimigo número um. E, agora, caberá aos estudantes derrotar o projeto neolibral e facista de Bolsonaro nas urnas e nas ruas”. 


Impactos na UFPel

Embora o governo tenha voltado atrás da decisão, a situação das instituições federais de ensino superior permanece grave. Na UFPel, o último corte, de 7,5%, representou a diminuição de R$ 5,9 milhões. Em 2021, as universidades e institutos federais tiveram uma redução de aproximadamente 20% em relação aos anos anteriores. 


A consequência foram atrasos em pagamentos de despesas que precisaram ser cobertas pelo orçamento 2022. Tudo isso tem implicações concretas, as quais já vêm se manifestando no dia a dia da instituição: redução no transporte de apoio intercampi, do transporte exclusivo para atividades de ensino previstas nos programas das disciplinas, do combustível, da manutenção e de motoristas, da política e valores de subsídios nos Restaurantes Universitários e dos/as trabalhadores/as terceirizados. 


Segundo o pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento, Paulo Ferreira, a UFPel atravessa a sua pior crise e os cortes imprimem muitas ações de precarização. De acordo com ele, a conjuntura, hoje, é sem precedentes na história e nunca houve um corte tão grave como o último. Ao citar valores, informou que em 2017 o dinheiro para investimento, para obras e compra de equipamentos era de R$ 10 milhões. Este ano, chega a apenas R$ 1,8 milhão. 


Dia Nacional de Luta

Entidades nacionais da educação, entre elas o ANDES-SN e a ADUFPel, sairão às ruas no dia 18 de outubro - Dia Nacional de Luta contra o Confisco das Verbas da Educação. Em Pelotas, a atividade está sendo planejada e mais informações serão divulgadas em breve.  Acesse o álbum de fotos dos atos aqui.


Assessoria ADUFPel

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