Conselho Municipal de Saúde reverbera carta da ADUFPel
Após decisão em Assembleia Geral, a ADUFPel encaminhou para o Conselho Municipal de Saúde de Pelotas uma carta sobre as ações de enfrentamento à pandemia. A sugestão do documento era que fosse problematizada a atuação do Comitê de Enfrentamento ao Coronavírus da Prefeitura, onde a voz da ciência parece não ser suficientemente ouvida em favor daquela do empresariado local. E reforçava:
“Acreditamos que é papel do Conselho Municipal de Saúde denunciar que o poder público escolheu se omitir e abriu mão, em nome da preservação dos lucros das empresas locais, de proteger suficientemente a população pelotense contra o novo coronavírus e amplia a desigualdade social ao promover a reabertura prematura das escolas privadas do município”.
Nesta terça-feira (25), durante nova reunião do Conselho, a carta esteve em pauta. E conforme a professora Ângela Vitória, 1ª vice-presidente da ADUFPel, “a carta foi muito bem acolhida pelos conselheiros; eles subscreveram o seu conteúdo na íntegra e vão encaminhar o documento para o Comitê de Crise”.
Na deliberação, o Conselho reforça o entendimento de que não é momento para retorno presencial às aulas em Pelotas, que implicará em 30% a mais de circulação de pessoas na cidade e que certamente terá impacto no controle da pandemia. Pelotas já soma 804 mortes por conta do Coronavírus e quase 36 mil contaminados. No momento, são 59 leitos de UTI ocupados. O número total de leitos disponíveis, segundo a própria prefeitura, é de 62.
O comitê insiste também na preocupação com famílias em situação de vulnerabilidade social, e na importância de políticas públicas para contemplar essas famílias durante o isolamento social necessário. “Outra lembrança foi que o Conselho Municipal de Saúde é uma instância deliberativa cujo parecer, calcado na voz da ciência, deve ser levado em conta pelo Comitê de Crise”.
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