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CSP-Conlutas realiza 3º Encontro de Saúde do Trabalhador

Mais de 100 trabalhadores de diversos estados do país participaram, no último final de semana (23 a 25 de março), do 3° Encontro de Saúde do Trabalhador realizado pela CSP-Conlutas, em Xerém (RJ).

Durante os três dias, os debates trataram da necessidade de se ampliar as discussões sobre saúde do trabalhador no país e também de pensar estratégias de combate aos ataques à saúde física e mental da classe trabalhadora.

A intensificação do adoecimento por questões de trabalho, principalmente depois da reforma trabalhista, o assédio moral, a ausência de políticas que tratem de forma mais direcionada as condições mentais dos trabalhadores e as doenças psíquicas relacionadas às questões laborais foram alguns dos pontos abordados no Encontro.

Na mesa sobre as mudanças na legislação trabalhista e seus impactos para os trabalhadores, ocorrida no sábado (24), Atnagoras Lopes, membro da Secretaria Executiva Nacional da central, refletiu sobre a ofensiva dos governos nas mudanças de leis que afetam a vida do trabalhador. Ele destacou que ocorrem, por ano, cerca de 300 milhões de acidentes de trabalho no mundo, de acordo com Organização Internacional do Trabalho (OIT), dos quais 2 milhões são fatais.

Lopes apontou que reforma trabalhista que aprofunda esse quadro de mortes e doenças ressaltou que, apesar dessa triste realidade, a classe trabalhadora tem se mantido na luta. “É sob o fantasma dessas novas leis, como a reforma trabalhista, que estamos realizando o terceiro encontro, para preparar desde o chão da fábrica a resistência”, ressaltou.

A representante do Ilaese, Ana Paula Santana, falou do aumento do emprego informal e da precarização das relações de trabalho. Citou o exemplo de empresas como a Uber, cuja relação de trabalho leva a falsa crença de liberdade de horário e rotina, mas aprisiona igualmente, uma vez que os motoristas trabalham com a incerteza da remuneração e muitas vezes com jornadas bem mais extensas. “Essa informalidade gera o adoecimento, pela incerteza de não saber como será o amanhã”, comentou.

Segundo ela, o adoecimento do trabalhador tem como eixos centrais o ambiente de trabalho e o desemprego. “Para reverter esse quadro somente com a luta. Precisamos reforçar a necessidade de Cipas atuantes e comissões combativas”, salientou.

Sebastião Carlos (Cacau), coordenador do Instituto Classe Consultoria e Formação Sindical, falou sobre as transformações mais estruturais no sistema capitalista. Para ele, existe uma “epidemia” de mortes e acidentes de trabalho. Cacau fez, ainda, um histórico das mudanças no mundo do trabalho e da forma de produção. Falou sobre o modelo de contratação flexível, a competitividade e a terceirização e de como a reforma trabalhista agrava esses cenários.

“O que eu quero demonstrar para vocês é que são mudanças estruturais, elas advêm da segunda metade do século passado, da chamada terceira revolução industrial, chegaram no Brasil com atraso e estão matando e adoecendo a classe trabalhadora. Isso não é acidente, é custo que está calculado e eles sabem o que estão fazendo”, concluiu.

Na sequência, Marta de Freitas, engenheira de Segurança do Trabalho e coordenadora do Fórum Sindical Popular em Saúde e Segurança do Trabalhador de Minas Gerais, falou das consequências da reforma trabalhista e das alterações na legislação. Dentre os absurdos, os trabalhadores terão que arcar com os custos de processos movidos contra as empresas, se perderem a causa. Além disso, no pente fino da revisão de auxílio-doença, segundo ela, 81% dos segurados que recebiam esse direito, passaram por auditoria e tiveram o benefício cancelado. Para ela, “é preciso pautar esse tema de saúde do trabalhador e reunir advogados, médicos e entidade sindicais para armar a classe trabalhadora de conhecimento, mobilizá-la e partir para o contra-ataque”.

Cartilha de Saúde do Trabalhador
Durante o Encontro, foi apresentada a Cartilha de Saúde do Trabalhador, que servirá para municiar as categorias de informações sobre saúde e segurança do trabalho.

Grupos de trabalho
Ainda no sábado, os trabalhadores se reuniram em grupos de trabalho que discutiram as resoluções apresentadas e foram votadas no domingo.

 

Fonte: ANDES-SN

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