Desligamentos por mortes na Educação aumentam 128% em 2021
Nos quatro primeiros meses de 2021, o número de contratos de trabalho encerrados por motivo de morte na área da Educação mais que dobrou em comparação com o mesmo período de 2020, crescendo 128%. Os dados alarmantes foram divulgados no Boletim Emprego em Pauta 21, produzido pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Foram 1.479 desligamentos entre janeiro e abril, sendo mais acentuados nos três estados que têm as maiores taxas de mortalidade por Covid-19: Rondônia, Amazonas e Mato Grosso. No ano anterior, houve 650.
O segmento foi responsável por 4,2% do total de contratos formais extintos do país neste período, que cresceu 89%, passando de 18.580 para 35.125. “Dos cinco setores com maior aumento da quantidade de desligamentos por morte, a educação é o que, em números absolutos, mais teve contratos extintos devido a óbitos”, aponta o Dieese.
Dentre os profissionais do ensino, professores, coordenadores, diretores, entre outros, foram os que mais tiveram vínculos encerrados por morte: 612. Já os trabalhadores dos serviços – que apoiam as atividades de docentes – formaram o segundo subgrupo mais afetado, com 263 desligamentos. Pertencem a esse grupo faxineiros, porteiros, zeladores e cozinheiros.
Entre os profissionais da educação, professores com ensino superior, que dão aulas no Ensino Médio, tiveram o maior aumento no número de desligamentos por morte. No início de 2021, essa quantidade mais que triplicou em relação a 2020. O número de contratos extintos entre os que atuam no nível médio, na Educação Infantil e Fundamental, também teve grande aumento: 238% nos quatro primeiros meses de 2021.
A situação acende um alerta, pois, entre março e abril deste ano, o país atravessou o pior momento desde o início da pandemia, quando as mortes diárias por Covid-19 superaram o número de 4 mil. Foi também nessa época em que Manaus passou por um colapso do sistema de saúde, com falta de oxigênio e leitos em hospitais.
Relembre
Em 2020, após retorno presencial das aulas em Manaus, mais de 340 professores da rede pública foram contaminados pelo novo coronavírus em apenas 20 dias. As aulas no ensino médio foram retomadas no dia 10 de agosto.
A situação fez com que o governador Wilson Lima (PSC) decretasse o adiamento por tempo indeterminado da retomada das atividades do ensino fundamental. Desde então, as aulas já foram suspensas e retomadas por algumas vezes.
Assessoria ADUFPel
Com informações e imagem de Dieese