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Docentes da ADUFPel reafirmam indicativo de greve nacional dos servidores públicos e criam comissão local de mobilização

Docentes da UFPel e do IFSul-CaVG, reunidos virtualmente no final da tarde desta sexta-feira (18), em Assembleia Geral (AG) da ADUFPel reafirmaram sua posição favorável à greve geral das servidoras e servidores públicos já indicada em assembleias anteriores. A indicação positiva será levada para a reunião dos setores do ANDES-SN que ocorre na segunda-feira (21) e será definidora para a deflagração ou não da greve nacional no dia 23.

 

Como encaminhamento, decidiu-se pela criação de uma comissão de mobilização que possa ajudar na construção da greve entre o corpo docente, composto por membros da diretoria, do conselho de representantes e demais interessados. A comissão já surge com quatro tarefas iniciais: a) Detalhar os itens da pauta local a ser protocolada na reitoria; b) Ampliar a divulgação dos bons materiais que tem sido produzidos pelo movimento nacional e pela ADUFPel-SSind; c) Ampliar o diálogo nas unidades e d) Estreitar a interlocução com ASUFPEL, DCE, SINASEFE e outras organizações de trabalhadores no serviço público de Pelotas.

 

Mobilização para enfrentar o desmonte dos serviços públicos 

A importância de investir na mobilização deu-se como resposta a uma inquietação que atravessou boa parte da discussão: o temor de que a propaganda do governo contra os servidores públicos que é reproduzida por setores da grande mídia possa enfraquecer o movimento. Todavia, frear as lutas sob o argumento de que há pessoas com sofrimentos maiores acaba levando a uma perda geral dos direitos de todos e todas. É papel da categoria defender o serviço público, uma vez que os ataques atingem diretamente a população que deles se beneficiam.

 

Exemplo disso é o que acontece dentro da própria universidade. A presidenta da ADUFPel, Regiana Wille, alerta que a própria UFPel retornou às atividades presenciais muito longe das condições ideais. “Por conta do corte de gastos, terceirizados da portaria e da segurança foram dispensados. Os alunos, sem bolsa, não têm condições para se manter. Servidores e servidoras, que prestam serviço a quem mais precisa, estão sem reajuste salarial há cinco anos. Que condições temos uma condição digna para retorno presencial?”. E finaliza: “Precisamos do coletivo. Sem isso, não vejo como educar”.

 

Os docentes relembraram ainda as falas mentirosas do governo Bolsonaro de que os professores e professoras não trabalharam durante os dois anos de pandemia. Em verdade, foram tempos de trabalho ainda mais extenuante e que extrapolavam as cargas horárias estabelecidas. Esse processo, na qual a própria saúde mental dos trabalhadores e trabalhadoras era atingido, é propositalmente ignorado pelo presidente que elegeu a educação como principal adversário.

 

A professora Rejane Jardim, a primeira a se oferecer para compor a comissão, relembra: “Historicamente as greves são sempre atacadas pelo patrão e seus aliados, que se mobilizam para deslegitimar a categoria. Nesse caso, o patrão é o governo. E a categoria precisa ser mobilizada para responder a isso”.  

 

Lastro das lutas

“Quando nossa luta foi fácil?”, questionou Celeste Pereira, primeira secretária da ADUFPel. “O que temos hoje eu não tenha sido conquistado através da luta da categoria?”. A experiência de quem já atua há décadas numa universidade pública recupera a memória do enfrentamento docente, que invariavelmente causa impactos.

 

Por vezes se escuta falas defendendo que uma resposta possível à desvalorização do serviço público é o trabalho. Como se trabalhar mais, mostrar o que é possível conquistar com uma universidade sucateada, fosse incentivo para atrair melhores olhares e verbas. Isso foi feito, ao longo de toda a pandemia, e o resultado foi apenas a desvalorização.

 

“Se estamos nos mobilizando é porque a greve se faz necessária”, relembra a professora aposentada. “Ela serve justamente para atingir, para afetar, para fazer com que as estruturas sejam abaladas. Se não for para gerar mudança, não há sentido”.

 

Entenda as reivindicações

Com os salários congelados desde 2017 e perdas salariais de mais de 10% somente em 2021, os SPF acumulam uma defasagem de 49,28% em seus vencimentos. A demanda acordada, entretanto, é lutar por 19,99% de recomposição - referentes aos índices inflacionários do governo Bolsonaro.

 

Apesar de alegar falta de recursos e contexto pandêmico, ainda em 2021 o governo reservou R$ 1,7 bilhões para reajuste salarial de policiais federais, policiais rodoviários federais e agentes penitenciários. Os fins eleitoreiros da medida, fortalecendo sua base, são evidentes. Para as demais categorias, entretanto, Bolsonaro pediu "compreensão".

 

A pauta nacional de reivindicações dos SPF foi protocolada pelo Fonasefe no dia 18 de janeiro, no Ministério da Economia. Desde então, são mais de 60 dias de silêncio. O escalonamento das manifestações de indicativo de greve são a forma dos servidores pressionarem o governo para negociação.

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