Docentes e estudantes da UECE são intimados a depor sob a acusação de antifascismo
Nesta quarta-feira (9), estudantes e quatro professores da Universidade Estadual do Ceará (UECE) foram intimados pela Polícia Federal a prestar depoimento sob a acusação de "antifascismo". A situação foi exposta no Twitter pelos docentes, após receberem as notificações para dirigirem-se à delegacia no início da próxima semana.
Francisco Luciano Teixeira Filho, professor adjunto, e Ilana Viana do Amaral, professora assistente, revelaram que as convocações são referentes à participação dos educadores em ações antifascistas dentro da UECE em novembro de 2018.
Na rede social, o docente escreveu: “Vários professores da UECE são convocados para depor na Polícia Federal por ato antifascista de 2018. O MPF-CE [Ministério Público Federal do Ceará] havia arquivado a denúncia, mas o processo foi retomado. É típico!”.
Na época, uma queixa sobre suposta “organização de polícia ideológica” e “ação antifacista” na Universidade foi encaminhada ao MPF, alegando que teriam acontecido atos de violência e intolerância política e religiosa no Centro de Humanidades (CH), especialmente no espaço do curso de Filosofia. Nilce Cunha, procuradora da República, pediu esclarecimentos, através de ofício entregue à direção do Centro.
Além disso, também em novembro, a Coordenação do Curso e o Centro Acadêmico de Filosofia foram surpreendidos pela maneira repressiva com a qual policiais entraram no ambiente universitário e intimidaram alunos por meio de ameaças.
Em outubro, durante a realização da Semana Universitária, agentes da Justiça Eleitoral foram ao campus da instituição com o intuito de “acompanhar” supostas manifestações políticas no interior da universidade. Dias antes, o reitor Jackson Sampaio foi pressionado por ter emitido nota em defesa da democracia.
ADUFPel repudia ação
A presidente da ADUFPel, Celeste Pereira, destaca que os ataques à democracia e à liberdade de expressão através de intimidação, ameaças e violência têm sido práticas deste governo. “São tempos sombrios, cujo objetivo é espalhar o medo. O conjunto de medidas que sucateiam a educação pública e os demais serviços relacionados à seguridade social buscam fragilizar o povo trabalhador, mas não irão nos calar. Enquanto houver um de nós em pé, se ouvirá nosso grito.”
Leia aqui a nota da diretoria da SINDUECE.
Confira abaixo as intimações assinadas pela delegada Alexsandra Oliveira Medeiros Reis:
Assessoria ADUFPel
Com informações de Diário de Quixadá, O Povo Online e ANDES-SN