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Estudo aponta que Covid-19 entre docentes de SP é maior que registrada na população em geral

Enquanto os governos pressionam para o retorno às aulas presenciais, desconsiderando o aceleramento da pandemia e a realidade da população de baixa renda, um estudo demonstrou que a incidência de Covid-19 entre professores das escolas estaduais de São Paulo foi maior do que a registrada na população em geral no início de 2021. 


Os resultados apontam que o governador de SP, João Dória (PSDB), distorceu dados da Covid-19 entre professores para atestar segurança das aulas, que retornaram um dia após a publicação do estudo. Dória tem flexibilizado regras de isolamento mesmo com aumento no número de mortes, hospitais lotados e sem kit-intubação. 


Conforme a nota técnica divulgada, quase o triplo de professores e professoras (2,92 vezes) tiveram a doença em comparação com o que foi registrado entre pessoas de 25 a 59 anos do estado - faixa etária utilizada como base para a comparação. Ou seja, os docentes foram 192% mais infectados do que a população em geral. 


Os dados contestam o que foi recentemente divulgado pela Secretaria Estadual da Educação de SP, que, para justificar o retorno presencial das escolas, apresentou uma boletim epidemiológico no qual afirma que as infecções causadas por Covid-19 na comunidade escolar entre janeiro e março foram menores do que fora delas. 


Dentre as 554 escolas da rede estadual paulista acompanhadas pelo estudo, foram selecionadas 299 para análise. Os dados fornecidos são referentes ao período entre 7 de fevereiro e 6 de março. Nestas quatro semanas, constatou-se que houve crescimento da incidência de professores infectados nas escolas monitoradas de 138%, frente a 81% da população. 


O levantamento foi elaborado por pesquisadores da Rede Escola Pública e Universidade (Repu) e os dados coletados por professores ligados à Apeoesp (sindicato dos docentes da rede paulista). A nota técnica foi construída pelos docentes Ana Paula Corti e Leonardo Crochik, do Instituto Federal de São Paulo (IFSP), Débora Cristina Goulart, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e Fernando Cássio e Salomão Ximenes, ambos da Universidade Federal do ABC (UFABC). 


Segundo a Repu, foi feito um pedido ao governo estadual sobre os dados oficiais de infecção de professores e funcionários, via Lei de Acesso à Informação, mas não foi atendido. A negativa fez com que o grupo coletasse informações junto à Apeoesp. 


Diante do resultados obtidos, os pesquisadores concluíram que “a retomada das atividades escolares presenciais não pode ser considerada segura nas escolas da rede estadual, ao contrário do que anuncia o governo de São Paulo”. O texto também aponta que houve “problemas metodológicos e conclusões infundadas” nas informações sobre a infecção nas escolas divulgadas pela Secretaria. 


No RS, governo tenta retomar aulas, mas recua

No Rio Grande do Sul, o governador Eduardo Leite, do mesmo partido de João Dória, segue a mesma política de flexibilização e, inclusive, anunciou na sexta-feira passada (23) o retorno às aulas para a Educação Infantil e os dois primeiros anos do Ensino Fundamental. 


Porém, a situação virou um impasse jurídico e, às 18h desta segunda (26), o Judiciário, que proibiu o retorno no dia de ontem, julgará a questão em segundo grau. Isso fez com que o governo recuasse, suspendendo as aulas presenciais, por enquanto. 


Assessoria ADUFPel com informações de Agência Brasil e Gaúcha

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