Grupo de Trabalho de Ciência e Tecnologia (GTC&T) reuniu-se em Brasília no último final de semana
No último final de semana, sábado e domingo (7 e 8/10), docentes estiveram reunidos em Brasília para o primeiro encontro do Grupo de Trabalho de Ciência e Tecnologia (GTC&T). Precarização do trabalho docente e produtivismo acadêmico estiveram presentes nas discussões.
A primeira mesa, que tratou dos “Impactos do produtivismo acadêmico nas políticas de Ciência, Tecnologia e Inovação (C&T&I)” no sábado, apresentada pelo professor Manoel Fernandes da Universidade de São Paulo (USP), refletiu sobre a perda da autonomia e a precarização do trabalho docente. O professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Ivan da Costa Marques, falou dos três males da pós-graduação: a) Presentismo: ausência de história na confecção de políticas públicas; b) Universalismo: atribuí à ciência um valor único. O conhecimento da Ciência deve ser situada (localizada); c) Colonialidade do poder: ausência de coragem sobre olhar para a nossa realidade, olhando sempre os grandes países (EUA), destacando que os conceitos e ideias são importados.
A segunda mesa, sobre “Perspectivas do movimento ciência aberta na produção do
conhecimento nas Instituições de Ensino Superior (IES)”, apresentada por Michele Costa (ADUNB), tratou da situação das editoras no país, onde apenas quatro delas detém 70% das publicações científicas e dos valores altos pagos para as mesmas.
No painel ”Mapeando a implementação do Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação (MLCTI) nas Universidades, Institutos Federais e CEFETs: impactos e desafios”, que contou com a apresentação das seções sindicais, a primeira secretária da ADUFPel, Elaine Neves, destacou que: “Cada IFES [Instituição Federal de Ensino Superior] está concretizando o MLCTI da sua maneira, criando mecanismos para a sua implementação, através de pró-reitorias, Centros Tecnológicos ou órgãos, que darão sustentação à essa política.
No domingo o debate se intensificou em torno das resoluções do 66° CONAD, levando em conta o tema central “Na reorganização da classe com inspiração nas lutas e culturas populares. II - Política de ciência e tecnologia”. “As resoluções do 66º CONAD, após discussões e considerações que enriqueceram o debate, nos mostram a necessidade de esclarecimento e divulgação dessas temáticas que estão profundamente relacionadas com o cotidiano do docente e seu fazer didático”, finalizou Elaine.
Assessoria de Imprensa ADUFPel