Manifestações pelo mundo derrubam governador mexicano de Guerrero
A quarta-feira (22) foi o Dia
Mundial de Luta pelos 43 estudantes desaparecidos em Iguala, no estado mexicano
de Guerrero. Manifestações em todo o mundo exigiram do governo mexicano o
retorno com vida dos estudantes e a responsabilização dos culpados pelo
ocorrido. Em decorrência da pressão popular, o governador de Guerrero renunciou
ao cargo na quinta (23). Já o prefeito de Iguala, acusado pela procuradoria
geral pelo caso, é considerado foragido da justiça.
No México, milhares de estudantes
professores, ativistas e membros da sociedade civil foram às ruas exigir
justiça e que devolvam vivos os 43 estudantes desaparecidos desde o dia 26 de
setembro, em Iguala no México. À frente da manifestação, que percorreu as
principais ruas da cidade do México, estavam estudantes normalistas e
familiares das vítimas. Pelo menos 12 mil pessoas participaram do início das
manifestações. Durante todo o dia cerca 25 mil pessoas participaram da marcha.
A Universidade Nacional Autônoma
do México (Unam) fechou as portas por 48 horas, como parte de uma greve em
apoio aos normalistas desaparecidos. O mesmo ocorreu nos campi da Faculdade de
Ciências e Humanidades (CCH) Naucalpan e Faculdades de Estudos Superiores (FES)
Acatlán, e Iztacala Cuautitlán e da Faculdade de Letras e da Faculdade de
Ciências Políticas e Sociais.
Em Michoacán, membros da
coordenação da Universidade em Luta (CUL) tomaram as instalações da Universidad
Michoacana de San Nicolás de Hidalgo (Postech), em apoio à luta. Estudantes de
Guanajuato também suspenderam as aulas em solidariedade com os estudantes e
também para exigir Ayotzinapa esclarecer a morte de um estudante de
Guadalajara, que morreu no fim de semana depois de ser preso pela polícia
local.
Em Iguala, local do
desaparecimento, os manifestantes atearam fogo na sede prefeitura na cidade
durante o protesto. A sede está praticamente vazia, após o anuncio feito pelo
Sindicato dos Professores de Guerrero e outras organizações sociais de que
planejavam assumir o controle das 81 prefeituras da região.
Houve manifestações também na
Argentina, Peru, Bolívia, Chile, República Tcheca, Estados Unidos, Colômbia,
Canadá, El Salvador, Uruguai, Guatemala, Japão, Honduras, Alemanha, Espanha,
Noruega, Suécia, Suíça, França, Costa Rica, Holanda, Áustria, Índia, Finlândia,
Inglaterra, Escócia, Itália e Nicarágua. A demonstração de solidariedade e
força internacionalista foi fundamental para dar divulgar a todo o mundo o que
passa no México.
No Brasil
Em São Paulo, com faixas na
frente do consulado com a exigência “vivos foram levados, vivos nós os
queremos”, entidades do movimento sindical e estudantil, como a CSP-Conlutas, a
Assembleia Nacional de Estudantes Livre (Anel), o DCE da Universidade de São Paulo
(Usp) e o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo
(Apeoesp) participaram do ato no Consulado do México na manhã de quarta. Uma
comissão com representações dessas entidades foi recebida pelo cônsul Gerardo
Hernández.
Após a reunião, o representante
da CSP-Conlutas, Magno Carvalho, salientou que a ação integrava o dia mundial
de protesto e foi reivindicado um posicionamento do cônsul sobre os
desdobramentos e providências tomadas, após a reunião realizada na semana
passada entre consulado e entidades. Segundo o dirigente, pouco se avançou nas
investigações nesse período, mas o consulado seguirá mantendo o diálogo e
disponibilizando informações sobre o caso. “A conversa não foi conclusiva e a
CSP-Conlutas continuará pressionando para a apuração e punição dos responsáveis
pelo desaparecimento desses jovens”, disse.
Magno disse também que foi
reivindicado que governo pare com a repressão contra os manifestantes mexicanos
que saem às ruas de maneira legitima para protestar contra a omissão do estado
e exigem celeridade na apuração desse crime. Também houve manifestação no Rio
de Janeiro, com participação da CSP-Conlutas.
Fonte: ANDES-SN
*Com informações de CSP-Conlutas
e El Universal. Imagem de Desinformémonos.