Docentes da Universidade Federal de Pelotas e do IFSul-CaVG, em Assembleia Geral Extraordinária virtual na tarde de sexta feira (25/09/20), definiram por manifestar seu apoio e solidariedade aos/às trabalhadores(as) da Educação Básica, servidores(as) públicos(as) municipais e estaduais.

As trabalhadoras e os trabalhadores da Educação têm responsabilidade, dedicam muita atenção e empenho e se preocupam de fato com os/as estudantes e seu processo formativo. Essa responsabilidade naturalmente se estende à saúde destes/as estudantes, dos/as profissionais que com elas/es trabalham e às famílias que constituem as comunidades escolares.

O Brasil segue registrando aumento de casos de COVID 19, com mais de 4.694.648 milhões de infectados, e mais de 140 mil vidas perdidas para a doença. No Rio Grande do Sul, os números também são assustadores e apontam para mais de 32 mil casos novos, e mais de 4.600 mortes conhecidas. São dados alarmantes e deveriam ser tratados com o maior cuidado no sentido da preservação da vida da população.

Entretanto, o governador Eduardo Leite parece não estar se preocupando com a vida do povo gaúcho e anuncia o retorno às aulas presenciais em meio a este panorama da pandemia, manifestando absoluto desrespeito a trabalhadoras e trabalhadores da educação, aos/às estudantes e às famílias, desconsiderando seu bem-estar e sua segurança. Enquanto as autoridades sanitárias recomendam cautela e medidas protetivas, assim como o não retorno às aulas presenciais, o governador Eduardo Leite anuncia um calendário de retorno, sem levar em conta a orientação destes órgãos, e a manifestação contrária de professores(as) e demais funcionários(as) das escolas e seus familiares, que se preocupam com os riscos de um retorno neste momento.

Em Pelotas, a Prefeitura Municipal publicou a portaria 29 para tratar dos protocolos para o retorno às aulas presenciais, embora ainda sem data de retorno marcada.

 Assim como nossos(as) colegas trabalhadores(as) da Educação Básica estadual e municipal, a quem apoiamos, não podemos conceber a escola como um depósito de crianças e jovens, enquanto seus/suas responsáveis alimentam o mercado, sob alegação da necessidade de retomada da economia do Estado.

Não ao retorno às aulas presenciais!

As vidas importam mais do que o lucro!

Pelotas, 28 de setembro de 2020

Docentes da UFPel e do IFSul-CaVG