Mulheres protestam por direitos no dia 8 de março
O Dia Internacional da Mulher contou com intensas atividades em Pelotas. Centenas de mulheres estiveram engajadas na agenda do dia, que buscou visibilizar a luta das mulheres pela equidade e pelo fim das violências sofridas no dia a dia.
Reunião com a prefeitura
Mulheres de entidades sindicais, entre elas a ADUFPel-SSind, movimentos sociais e coletivos organizaram diversas atividades na data. Pela manhã, entregaram uma carta de reivindicações para a prefeita do município, Paula Mascarenhas. O documento elenca pontos que impactam sobre a vida das mulheres e que necessitam de atenção por parte do Executivo, como saúde e educação. No campo da saúde, por exemplo, foi ressaltada a falta de materiais para exames básicos, como o pré-câncer, nas unidades de saúde da cidade, o que foi colocado por Mascarenhas como casos esporádicos.
A questão da segurança também foi debatida com a prefeita. As representantes das entidades reforçaram à contrariedade ao Pacto Pela Paz, ressaltando a truculência das ações contidas no projeto, que não dá conta de combater as origens da violência. Sobre este assunto, a prefeita se colocou à disposição para a realização de um debate, que deve ser marcado para as próximas semanas.
Ainda durante a manhã, houve audiência pública alusiva ao Dia Internacional da Mulher, na Câmara de Vereadores, com o tema “Representatividade Feminina: Mulheres na Política”.
Ato público
Na tarde do dia 8, teve início a concentração para a marcha das mulheres, no largo do Mercado Público. Foi realizada panfletagem nas paradas de ônibus e ruas centrais de Pelotas, buscando dialogar com a população sobre a realidade da vida das mulheres.
Durante a concentração, os docentes da UFPel Maria Falkembach e Daniel Furtado apresentaram a performance “Lama”, abordando a dificuldade ou a incapacidade do diálogo, o preconceito e a discriminação das pessoas por questões de gênero, cor, orientações sexuais, étnicas e outras, e as várias formas de violência que as mulheres sofrem no cotidiano. A professora do IFSul, Cecília Boanova, apresentou exposição artística denominada “Noemas”, que traz uma crítica aos padrões de beleza impostos pela sociedade e os impactos sobre o uso de anticoncepcionais.
Após as atividades artísticas, teve início a marcha pelas ruas centrais de Pelotas. Com cartazes informativos e de reivindicação, as e os manifestantes chamaram atenção para os índices de violência contra a mulher, bem como para situação desfavorável em relação aos homens no mercado de trabalho e outros tipos de machismos colocados na sociedade.
Ao final da caminhada, mulheres, em nome das entidades que organizaram o ato, realizaram uma breve manifestação contra as medidas de retirada de direitos, a violência contra a mulher, o machismo e o racismo. A presidenta da ADUFPel-SSind, Fabiane Tejada, agradeceu a presença das trabalhadoras e dos trabalhadores docentes no ato, e salientou: “Que a gente consiga cada vez mais trabalhar nos nossos projetos de pesquisa e extensão, as pautas das mulheres, como por exemplo as pautas por mais políticas públicas”. Ainda enfatizou a necessidade das universidades em elaborar mais projetos nas comunidades com mulheres.
Fonte: Assessoria ADUFPel
Fotos: Assessoria ADUFPel