Negando a realidade da pandemia, Leite quer aulas presenciais ainda em agosto
No momento em que o Rio Grande do Sul registra quase 2500 mortes por Covid-19, mais de 90 mil contaminados e os leitos de UTI gaúchos atingem 78% de ocupação, o governador Eduardo Leite (PSDB) pretende que as escolas públicas e privadas do estado retomem as atividades presenciais no dia 31 de agosto. A proposta foi apresentada pelo poder executivo à Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) na última terça (11).
A ideia do governador é que o retorno seja escalonado, com o Ensino Infantil voltando em 31 de agosto, o Superior em 14/9, o Médio e Técnico em 21/9, o Fundamental em 28/9 e em 8/10 - a depender das séries. Só haverá retorno nas regiões em que a bandeira seja amarela ou laranja.
O CPERS-Sindicato criticou a proposta do governador e afirmou que os trabalhadores da educação não serão vítimas “da política de morte de Eduardo Leite”. Para a entidade sindical, é extremamente preocupante o fato de que grande parte da categoria pertence ao grupo de risco e que o estado não garante, nem mesmo antes da pandemia, as devidas condições de trabalho.
“Não apenas a pandemia está distante do pico como se alastra de forma acelerada no estado, com casos e óbitos crescendo dia a dia. O consenso científico, ao contrário das opiniões do governador, não mudou desde o primeiro fechamento das escolas: isolamento social é a única forma de conter o avanço da Covid-19. Com efeito, não existe qualquer evidência de que o estado e o país tenham condições de retomar as atividades. Estudos em diversas nações demonstram que as escolas são ambientes especialmente suscetíveis a surtos da doença”, declara o CPERS, em nota.
O CPERS está divulgando a campanha “Escolas Fechadas, Vidas Preservadas” para combater a ideia de retomada de atividades presenciais. Saiba mais aqui.
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Assessoria ADUFPel com informações de CPERS, Extra Classe e Correio do Povo. Imagens de CPERS e Piratini.