No Dia Nacional de Luta, presidente da ADUFPel relembra que ataques ao serviço público são históricos
Uma série de atividades virtuais marcaram o Dia Nacional de Luta, Mobilizações, Paralisação e Greve do Funcionalismo Público nesta quarta-feira (24). A ADUFPel esteve presente em três destes eventos, debatendo sobre as grandes temáticas em pauta: a Reforma Administrativa, a necessidade de vacinação para todos e a resistência ao governo genocida.
A primeira atividade que contou com a presença da Seção Sindical foi a vigília online do ANDES-SN, transmitida nas redes sociais da entidade. Por 2 horas, docentes de diversas instituições, parlamentares e representantes de outras entidades alertaram sobre os principais ataques que os servidores públicos têm sofrido.
A presidente da ADUFPel, Celeste Pereira, em sua fala, ressaltou a importância de reconhecer a responsabilidade do governo Bolsonaro, mas lembrou que os ataques ao serviço público não vêm de hoje.
“É preciso não esquecer do Collor, o ‘caçador de Marajás’, e de FHC e sua política de estímulo à intervenção do capital privado. O salário dos servidores ficou congelado por oito anos”, recorda ela. “Mesmo nos governos populares, ainda que com avanços, houve um conjunto de medidas que continuaram a atacar o serviço público”.
Entre as ações questionadas por Pereira estão o repasse de recursos para instituições privadas de ensino, colaborando para o sucateamento da educação superior. Houve ainda, em 2011, a criação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), que abriu espaço para recursos da iniciativa privada no sistema de saúde – ao invés da valorização do SUS, ainda hoje tão questionado. Outro exemplo são as reformas da Previdência, a começar por 2003.
Todos estes elementos colaboraram para um caminhar paulatino em direção ao estado mínimo neoliberal, ao ponto de chegarmos à ofensiva explícita que mobiliza o governo Bolsonaro. A estabilidade do servidor público, que lhe permite a segurança de recusar ordens antiéticas, ilegais ou vexatórias dos seus superiores, não interessa nem a uma política baseada em apadrinhamentos e muito menos ao mercado.
“Os trabalhadores são absolutamente substituíveis para o capital, que não tem nenhum melindre em se aproveitar da crise para lucrar”, resume ela. Pereira, que é enfermeira de formação e atua na linha de frente da vacinação em Pelotas como voluntária, exemplifica: “Antes da pandemia, uma ampola para sedativo usada na intubação de pacientes custava R$ 2. Com a chegada da Covid-19, o valor da mesma ampola passou para R$ 19. Agora, recebemos relatos de que ela pode estar custando até R$ 200”.
Se há alternativa, é continuar lutando. Apontando os absurdos, desafiando as elites. “Citando Tolstoi, os ricos farão de tudo pelos pobres, menos descer de suas costas”, finaliza.
Logo após, às 17h, ocorreu a live do Sindicato dos Municipários de Pelotas (SIMP), que discutiu os perigos da Reforma Administrativa. Participaram do mesmo evento a presidente do Simp, Tatiane Rodrigues, juntamente com o advogado Eiler Cavada (integrante da Assessoria Jurídica do sindicato e da ADUFPel). Também partilharam das falas Celeste Pereira, Nilo Campos (do Sinasefe-IFSul), Rosemeri Santos (do Sindicato dos Servidores Municipais do Saneamento Básico de Pelotas – Simsapel) e Carla Cassais (do 24º Núcleo do CPERS).
Por último, o integrante do Conselho de Representantes da ADUFPel, Luiz Henrique Schuch, participou do debate promovido pela ADUFES sobre a temática “PEC 32 – Reforma Administrativa: o fim do serviço público”. Além dele, também estiveram presentes a presidente do ANDES-SN, Rivânia Moura, e o diretor da ADUFES, Raphael Góes Furtado.
Assista à gravação integral do debate do Simp em nosso canal do YouTube, a vigília do ANDES-SN aqui e a live da ADUFES aqui.
Assessoria ADUFPel