No segundo dia, bancários fecham 7.673 agências e greve se fortalece
Subiu
para 7.673 o número de agências e centros administrativos de bancos públicos e
privados de todo o país fechados nesta quarta-feira 1º de outubro, segundo dia
da greve nacional dos bancários, conforme balanço realizado pela Contraf-CUT
com base nos dados enviados até as 18h pelos sindicatos que integram o Comando
Nacional da categoria.
Foi um crescimento de 16,75% (1.101 agências a mais) em relação
ao primeiro dia de greve, quando 6.572 unidades foram fechadas.
Os bancários entraram em greve na terça-feira 30 de setembro,
após considerarem insuficiente a segunda proposta dos bancos que eleva o índice
de reajuste de 7% para 7,35% (0,94% de aumento real) para os salários e demais
verbas salariais e de 7,5% para 8% (1,55% acima da inflação) para os pisos. E
os bancos nada apresentaram para acabar com as metas abusivas e o assédio
moral, a rotatividade e as terceirizações, a insegurança e as discriminações.
Logo após a realização das assembleias do dia 29 de setembro,
que deflagraram a paralisação, a Contraf-CUT enviou ofício à Fenaban
comunicando a decisão da categoria e informando que o Comando Nacional está à
disposição para a retomada das negociações.
Bancários fazem atos contra BC independente nesta quinta
Além da greve, os bancários fazem nesta quinta-feira 2
manifestações em dez capitais para combater as propostas políticas que os
bancos colocaram na agenda da eleição presidencial deste ano, entre elas a
independência do Banco Central, a limitação do papel dos bancos públicos e o
fim do crédito direcionado.
Os atos foram convocados pelo Comando Nacional, coordenado pela
Contraf-CUT, e estão recebendo apoio da CUT e de outras centrais sindicais e
movimentos sociais.
A manifestação em frente à sede do Banco Central, em Brasília,
será às 17h. Haverá atos também, em horários diferentes, nas representações do
BC em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Curitiba,
Porto Alegre, Fortaleza e Belém.
Veja abaixo a proposta completa dos bancos e as reivindicações
dos bancários.
AS PRINCIPAIS REIVINDICAÇÕES
Reajuste salarial de 12,5%.
Piso Salarial de R$ 2.979,25
PLR: três salários mais parcela adicional de R$ 6.247.
14º salário.
Vales alimentação, refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta e
auxílio-creche/babá: R$ 724,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
Gratificação de caixa: R$ 1.042,74.
Gratificação de função: 70% do salário do cargo efetivo.
Vale-cultura: R$ 112,50 para todos.
Fim das metas abusivas.
Combate ao assédio moral.
Isonomia de direitos para afastados por motivo de saúde.
Manutenção dos planos de saúde na aposentadoria.
Emprego: fim das demissões e da rotatividade, mais contratações,
proibição às dispensas imotivadas como determina a Convenção 158 da OIT,
aumento da inclusão bancária e combate às terceirizações.
Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os
bancários.
Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
Prevenção contra assaltos e sequestros: cumprimento da Lei
7.102/83 que exige plano de segurança em agências e PABs, garantindo pelo menos
dois vigilantes durante todo o horário de funcionamento dos bancos; instalação
de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de
autoatendimento das agências; biombos em frente aos caixas e fim da guarda das
chaves de cofres e agências por bancários.
Igualdade de oportunidades para todos, pondo fim às
discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros,
gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).
A PROPOSTA DOS BANCOS REJEITADA PELOS BANCÁRIOS
Reajuste de 7,35% (0,94% de aumento real).
Piso portaria após 90 dias - 1.240,89 (8% ou 1,55% de aumento
real).
Piso escritório após 90 dias - R$ 1.779,97 (1,55% acima da
inflação).
Piso caixa/tesouraria após 90 dias - R$ 2.403,60 (salário mais
gratificação mais outras verbas de caixa), significando 1,39% de aumento real).
PLR regra básica - 90% do salário mais R$ 1.818,51, limitado a
R$ 9.755,42. Se o total ficar abaixo de 5% do lucro líquido, salta para 2,2
salários, com teto de R$ 21.461,91.
PLR parcela adicional - 2,2% do lucro líquido dividido
linearmente para todos, limitado a R$ 3.637,02.
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Antecipação da PLR
Primeira parcela depositada até dez dias após assinatura da
Convenção Coletiva e a segunda até 2 de março de 2015.
Regra básica - 54% do salário mais fixo de R$ 1.091,11, limitado
a R$ 5.853,25 e ao teto de 12,8% do lucro líquido - o que ocorrer primeiro.
Parcela adicional - 2,2% do lucro líquido do primeiro semestre
de 2014, limitado a R$ 1.818,51.
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Auxílio-refeição - R$ 24,88.
Auxílio-cesta alimentação e 13ª cesta - R$ 426,60.
Auxílio-creche/babá (filhos até 71 meses) - R$ 355,02.
Auxílio-creche/babá (filhos até 83 meses) - R$ 303,70.
Gratificação de compensador de cheques - R$ 137,97.
Requalificação profissional - R$ 1.214,00.
Auxílio-funeral - R$ 814,57.
Indenização por morte ou incapacidade decorrente de assalto - R$
121.468,95.
Ajuda deslocamento noturno - R$ 85,03.
Greve segue crescendo na região de
Pelotas
O
terceiro dia de greve dos bancos na base de Pelotas demonstra uma rápida
evolução do movimento entre os bancários da região. Até as 10h já eram 28 as
agências fechadas, com possibilidade de adesão de novas unidades durante o dia
em cidades como Canguçu, Cerrito e Pedro Osório. Em Pelotas, praticamente todas
as agências do centro da cidade estão paralisadas. No Banco do Brasil os
funcionários ainda estão avaliando, mas logo devem aderir ao movimento
nacional.
Fonte: Contraf-CUT/Sind. Bancários Pelotas
Foto: Sind. Bancários Pelotas