ONU prevê a maior crise humanitária desde a 2ª Guerra Mundial
Um levantamento sobre a situação humanitária e proteção global da Organização das Nações Unidas (ONU) prevê que, em 2021, o mundo poderá vivenciar a maior crise social desde a 2ª Guerra Mundial. O relatório anual foi divulgado no dia 1º de dezembro pelo Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA - sigla em inglês).
Segundo a
organização, a crise humanitária vai se aprofundar e atingir diretamente 235 milhões de pessoas, um recorde. Ela aponta que a vida das pessoas em todos os cantos do mundo foi
abalada pelo impacto da pandemia do novo coronavírus. "Aqueles que já
vivem no fio da navalha estão sendo atingidos de forma
desproporcionalmente dura pelo aumento dos preços dos alimentos, queda
dos rendimentos, programas de vacinação interrompidos e fechamento de
escolas", informa.
O
estudo estima que, no próximo ano, 736 milhões de pessoas poderão estar
em situação de extrema pobreza, sobrevivendo com menos de 1,60 euro por
dia (R$ 6,31 pela cotação de terça-feira). A entidade também alerta para o risco real de que a vacina contra a Covid-19 chegue
apenas a uma parcela mais rica do planeta e que milhões de pessoas
ainda tenham que esperar meses ou anos para serem imunizadas. Ainda de acordo com o
relatório, a pandemia de Covid-19 terá provocado uma perda equivalente a
495 milhões de postos de trabalho só no segundo trimestre de 2020.
Outra
constatação é que os conflitos políticos são mais intensos e estão
causando um impacto pesado à população civil. "A última década assistiu
ao maior número de pessoas deslocadas internamente pelo conflito e pela
violência, com muitas presas nesta situação por um período prolongado",
afirma o relatório. Segundo o organismo internacional, estima-se que
haja 51 milhões de deslocados internos novos e existentes. Já o número
de refugiados duplicou para 20 milhões.
Bilionários mais ricos
No entanto, enquanto a ONU denuncia o aumento da miséria em todo o mundo e do número de pessoas em situação de extrema pobreza, um pequeno grupo de bilionários segue enriquecendo em meio à pandemia da Covid-19.
Um
estudo da ONG internacional Oxfam mostrou que as 25 pessoas mais ricas
do mundo aumentaram suas fortunas em mais US$ 255 bilhões durante a
crise, considerando apenas até meados de maio. Ainda segundo a
organização, no Brasil, entre 18 de março e 12 de julho, o patrimônio
dos 42 bilionários passou de US$ 123,1 bilhões para US$ 157 bilhões.
Fonte: CSP-Conlutas, com edição do ANDES-SN e Assessoria ADUFPel
Com informações são da coluna de Jamil Chade, no UOL, da Agência Brasil e ONU News