Pesquisa aponta que 82% das cidades não irão reabrir escolas em 2020
Uma consulta realizada em mais de quatro mil cidades brasileiras demonstrou que 82,1% das prefeituras sinalizaram que não reabrirão as escolas em 2020 por não possuírem condições sanitárias necessárias para retomar as atividades presenciais. O Brasil já ultrapassou a marca dos 5,2 milhões de infectados e mais de 153 mil óbitos decorrentes da Covid-19.
A pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) apontou que, para os gestores locais, antes da retomada presencial das aulas é necessário um plano de contingência, que deve ser articulado entre as áreas de Educação e Saúde. Quando a perguntando qual a data para o retorno às aulas, 93,8% dos prefeitos não souberam definir.
Nesse quesito, 2.811 gestores municipais afirmaram que têm os planos de retorno prontos ou em elaboração. Entre esses, a maioria respondeu que planeja adotar medidas para um modelo híbrido de ensino (78,2%), além de um retorno gradual das aulas presenciais (74,7%) e um sistema de rodízio (70,5%) para facilitar o distanciamento social.
Somente em relação à aquisição de equipamentos de proteção individual (EPIs) para os estudantes, estima-se que o custo total - incluindo rede municipal e estadual de ensino de todo país - seria de cerca de R$ 3,2 bilhões, sendo R$ 1,8 bilhão desse valor referente apenas às instituições municipais.
Além dos EPIs para o restante da comunidade escolar, há ainda outros diversos investimentos necessários para reabertura das escolas, como adaptação da estrutura física (salas de aula, cantinas, bebedouros), aquisição de materiais de limpeza e higiene (álcool, medidor de temperatura), campanhas de prevenção, capacitação e contratação de profissionais para substituir os que estão no grupo de risco.
Cerca de 97,5% dos municípios pesquisados têm realizado atividades pedagógicas não presenciais com os estudantes da Educação Básica - Educação Infantil e Ensino Fundamental.
Prefeitura de Porto Alegre registra 34 casos de Covid-19 desde início das aulas
No Rio Grande do Sul a situação é outra. O governo estadual segue insistindo na reabertura das escolas. Por memorando, enviado à Secretaria de Educação (SEDUC) convocou professores e servidores das escolas estaduais a voltarem ao trabalho presencial em 5 de outubro.
A medida já tem resultado no aumento do número de casos de Covid-19. Em Porto Alegre, por exemplo, desde o retorno presencial, foram registradas 34 pessoas infectadas nas escolas, de 32 instituições de ensino diferentes.
A situação foi criticada pelo diretor do 24º Núcleo do CPERS-Sindicato, Mauro Amaral: “O CPERS-Sindicato entende que não é o momento do retorno, pois a pandemia ainda se encontra em estágio avançado e isso representa um risco, não apenas para a comunidade escolar, mas para a sociedade como um todo”. Segundo ele, o índice de contaminação ainda é alto em todo o estado. Falta estrutura, recursos humanos e verba para adquirir os equipamentos de proteção.
O ANDES-SN, bem como a ADUFPel, desde o início da pandemia da Covid-19, tem se posicionado contra o retorno das aulas presenciais.
Fonte: ANDES-SN com edição e inclusão de informações de Assessoria ADUFPel
Com informações de Gaúcha e CNM. Imagem: Pixabay