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Notícia

Projeto Mais Juntas da UFPel promove o enfrentamento às desigualdades e à violência de gênero

Por meio de ações de acolhimento e incentivo, que visam o enfrentamento às desigualdades e à violência de gênero, o projeto “Mais Juntas”, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), rompe as barreiras físicas da instituição para estimular o protagonismo e a autonomia de mulheres e meninas em situação de vulnerabilidade social. 


Criado em 2020 e coordenado pela professora adjunta do Curso Superior de Engenharia de Produção e colaboradora no Programa de Pós-Graduação da instituição, Larissa Medianeira Bolzan, atua como um projeto unificado com ênfase em extensão, promovendo também atividades de ensino e pesquisa, que se ramifica em outros projetos e campanhas. 


Um deles é o “Living Lab Mais Juntas”, implementado em 2021, com enfoque na temática de gênero e promoção da cocriação de uma tecnologia social capaz de auxiliar adolescentes e mulheres que sofrem ou sofreram violência, através da atenção e do fomento ao empreendedorismo. Ele tem a participação da UFPel, de Organizações Não Governamentais, do Grupo Autônomo de Mulheres em Pelotas (GAMP) e do Emancipa Mulher Pelotas. 


A partir do “Living Lab”, como conta Larissa, começaram a surgir demandas sociais, que passaram a ser trabalhadas em campanhas formuladas para supri-las: “Eu menstruo" e “Trama de Zuzu Angel”. 


Doação de absorventes 

Em “Eu menstruo”, que já está em sua terceira etapa, são arrecadados e doados absorventes. Até o momento, mais de 50 mil foram distribuídos. Conforme confidenciou Larissa, o acesso ao produto de higiene colabora para a inclusão. 


Apesar de ser um direito garantido pelo Programa de Proteção à Saúde Menstrual de Mulheres brasileiras (Lei nº 14.214/2021), a pobreza menstrual atinge cerca de 26% da população menstruante.


“Muitas meninas deixam de ir às aulas porque não têm absorvente. Tem uma pesquisa que aponta que de dez, quatro meninas já deixaram de ir à escola por não ter absorvente. Então, isso já ajuda a não abandonar o ano letivo. As mulheres também deixam de ir ao trabalho porque estão menstruadas e não têm dinheiro para comprar absorvente. (...) Algumas chegam a usar miolo de pão, sacola plástica, alguns métodos que não são seguros e isso leva também a doenças, não só a dermatite, mas até câncer e que pode levar à morte”, apontou. 


Reinserção no mercado de trabalho 

A busca por ampliar o retorno de mulheres ao mercado de trabalho, cuja parcela da população foi a mais afetada pelo desemprego durante a pandemia, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), fez com que o “Mais Juntas” desenvolvesse também a campanha “Trama de Zuzu Angel”. 


Nela, foram desenvolvidas diversas ações, como a arrecadação e distribuição de roupas, curso de automaquiagem, preparação para entrevistas e elaboração de currículos. “No caso das roupas do projeto Zuzu Angel, elas também permitem essa reinserção no mercado de trabalho. Não é só uma roupa, mas é um objeto muito maior que isso. É uma roupa para ela se sentir bem em uma entrevista de emprego”, contou Larissa. 


Tecnologia social para identificação de violências 

Outro resultado do “Living Lab Mais Juntas” foi a criação de um chatbot para auxiliar as mulheres na identificação do grau de violência sofrido e na busca por ajuda. O chatbot é um software capaz de manter uma conversa com um usuário humano em linguagem natural, por meio de aplicativos de mensagens, sites e outras plataformas digitais. 


Intitulado de “Ada Bot”, o nome é uma referência a Ada Lovelace, a escritora e matemática conhecida por ser a primeira mulher a programar um computador, considerada como a mãe da Ciência. 


A utilização é simples. Após responder perguntas via WhatsApp, a ferramenta indica, ao final do questionário, em qual nível de violência aquela pessoa se enquadra e, a partir disso, orienta formas de buscar auxílio, que podem ser desde redes de apoio, como a família, Centro de Referência de Atendimento à Mulher, Grupo Autônomo de Mulheres de Pelotas (Gamp) ou até mesmo a delegacia de polícia.


“A gente viu que, quando uma mulher sofre violência, ela procura o Centro de Referência, o Gamp, a delegacia, por vezes, mas ela tem muita vergonha de falar. Ela só procura quando sofreu violência sexual, mas quando está sofrendo violência psicológica, ela acha que é normal”, revelou. 


O “Ada Bot”, atualmente, está indisponível por conta de manutenção no sistema. Para mais informações sobre ele e os demais projetos, siga a página do @programaenfrenteagora no Instagram e escute a entrevista completa com a docente Larissa Bolzan no programa Viração 167, que irá ao ar na próxima segunda-feira (10), às 13h, na RádioCom 104.5 FM, ou nas plataformas digitais (Anchor, Spotify ou Apple).


Assessoria ADUFPel

Fotos: Divulgação Mais Juntas

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