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Projetos auxiliam iniciativas de economia solidária no RS

Publicado no jornal Voz Docente

em abril de 2022


Instaurado oficialmente em 2011, o Núcleo Interdisciplinar de Tecnologias Sociais e Economia Solidária - Tecsol, da UFPel, vem ajudando a promover e capacitar uma série de iniciativas da comunidade. Ao longo dos mais de 10 anos de existência, o projeto tem reunido de forma interdisciplinar, docentes e discentes para atender as demandas de grupos organizados, urbanos e rurais, que buscam na universidade apoio técnico, científico e formativo.


Desdobramento mais do que natural disso foi a criação de uma incubadora de empreendimentos junto ao núcleo. Um processo que pode se localizar sob três modalidades de atuação: incubação - auxiliando grupos sociais a constituírem empreendimentos de produção, serviço ou crédito;  pós-incubação - que prepara os projetos para superarem situações de risco e aperfeiçoarem seus desempenhos econômicos e sociais; e o próprio desenvolvimento de inovações tecnocientíficas solidárias.


Nesta matéria, vamos compreender um pouco mais do que envolve o trabalho do núcleo:


Tecnologia social

Em entrevista ao podcast Viração, o professor da UFPel Renato Waldemarin esclarece o conceito que atravessa um dos termos que compõe o nome do projeto. Tecnologias sociais, desta forma, seriam um conjunto de técnicas e metodologias transformadoras voltadas para enfrentar desigualdades das mais diversas. “Elas não visam obrigatoriamente tornar um produto mais eficiente do ponto de vista mercadológico, mas para resolver um problema social”, expõe.


“O resultado efetivo das tecnologias sociais não se aplica a produtos, mas as condições de vida das pessoas”, resume Waldemarin. As soluções podem estar voltadas para a questão ambiental, a questão de gênero ou mesmo de justiça social. 

A professora Débora de Souza Simões, também ligada ao Tecsol, lançou luz sobre outro termo presente: economia solidária. “É uma organização de grupos de pessoas que queiram desenvolver seus trabalhos pautadas em autogestão, princípios de cooperação, equidade nos esforços e distribuição equânime das rendas obtidas e tendo como cuidado questões ambientais e sociais”. 


A lógica busca superar a economia convencional justamente ao congregar pessoas atentas a essa necessidade de transformação do social. Atuar de forma que toda a cadeia seja mais solidária, estando integrada ao ambiente e com melhor distribuição dos recursos.


Bem da Terra

O Núcleo TECSOL é membro da Rede Universitária de Incubadoras Tecnológicas de Cooperativas Populares (Rede de ITCPs) e representa a UFPel (como sócia-apoiadora) na Associação Bem da Terra – Comércio Justo e Solidário, iniciativa modelo que reúne grupos de consumidores responsáveis interessados em consumir produção socialmente referenciada.


Com a consolidação de uma rede para fomentar a economia solidária, a Rizoma, foram integradas iniciativas de Grupos de Consumo Responsável nas cidades de Pelotas, Rio Grande, Jaguarão e São Lourenço do Sul. É o caso do grupo Jerivá, justamente deste último município.


A pandemia, como em tantas outras iniciativas, foi um baque para as atividades do grupo que hoje está em fase de reestruturação. A busca é por expandir novamente o grupo de consumidores para contemplar a produção dos 14 produtores rurais focados na agroecologia atualmente acompanhados pelo grupo.


“Nossa ideia era não parar na pandemia pois os produtores já tinham essa expectativa. Para eles, a atuação com o grupo é a certeza da venda, diferente de uma feira livre, por exemplo. O grupo dá essa segurança, aquilo que a gente pede, a gente paga”, relata ela.


Grupos atendidos

Embora seja frequente que a discussão sobre projetos de economia solidária remeta ao campo, existe toda uma gama de projetos distintos que podem ser incluídos sob este bojo. Exemplo disso é o caso do Coletivo Sofá na Rua, um empreendimento cultural e fundamentalmente urbano também atendido pelo Tecsol.

Isadora Passeggio, produtora executiva do Sofá, conta que a iniciativa foi criada em 2011 a partir da Casa Fora do Eixo, quando um grupo de artistas que não tinha espaço para expor suas obras acaba ocupando um espaço ocioso na rua para trocas culturais. 


Com encontros frequentes, realizados uma vez por mês, o público começou a ganhar vulto. "Chegamos a ter 3,5 mil pessoas circulando no evento! Então veio a pandemia e a gente precisou se reinventar".


Durante a pandemia, o coletivo fez um processo de pré-incubação junto ao Tecsol. "Aproveitamos a pandemia para organizar a casa. O Tecsol nos auxiliou na criação do estatuto social do Sofá na Rua. Além disso trabalhamos o grupo de comércio, o sofá em rede", lembra ela.


Sofá em Rede - Comércio Local, Afeto e Autonomia foi constituída assim, com metodologias democráticas de gestão centradas na valorização do homem e não do capital. Os preceitos da economia solidária.


Para o futuro, Isadora conta que o grupo já se inscreveu no novo edital do Tecsol, desta vez para a incubação efetiva, com grandes expectativas de aprovação. "Nós somos agentes culturais, então esse período com o Tecsol tem nos ensinado muito sobre gestão". 


No horizonte de expectativas há o desejo de organizar, de ir atrás de outras parcerias, patrocinadores; desenvolver uma plataforma de vendas para os colaboradores do sofá, criar uma lojinha com produtos do sofá e muito mais. Outra injeção de ânimo é também a perspectiva do retorno aos encontros presenciais, que devem ser retomados a partir de maio.


Fonte: Assessoria de Comunicação ADUFPel

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