Reunião dos Setores do ANDES-SN reforça necessidade de greve sanitária
Os Setores das Instituições Federais (Ifes) e das Estaduais e Municipais (Iees/Imes) do ANDES-SN reuniram-se virtualmente, no último sábado (6), para debater o resultado da rodada de Assembleias Gerais (AG) da categoria docente sobre a perspectiva de greve sanitária. Participaram 90 pessoas, entre representantes de seções sindicais e da direção nacional.
A presidente da ADUFPel, Celeste Pereira, representou a entidade na reunião e informou a decisão dos professores e professoras da UFPel e do IFSul-CaVG em aderir à mobilização. No entanto, até o momento, apenas 19 Seções Sindicais pautaram, em assembleias de base, o indicativo de greve sanitária e os riscos do retorno presencial, apesar da indicação dos Setores para que a discussão ocorresse entre 9 de dezembro de 2020 e 5 de fevereiro de 2021. Além disso, nem todas apontaram positivamente para a adesão à mobilização.
Pereira ressalta que, diante desta situação, “evidencia-se a dificuldade de mobilização da categoria docente mesmo frente ao quadro de trabalho remoto, com todas as suas implicações de sobrecarga de trabalho, e de adoecimento físico e mental”. A docente ainda reforça que é necessário responder de forma enfática aos desafios que extrapolam o retorno presencial às aulas, mas que aprofundam a retirada de direitos como a Reforma Administrativa e outras medidas já tomadas pelo governo Bolsonaro e seus aliados na Câmara e Senado.
A reunião ainda apontou que não há medidas protetivas suficientes para evitar a propagação do coronavírus. Apesar de docentes integrarem o grupo a ser vacinado em próxima etapa, técnico-administrativos e estudantes não, tampouco as universidades e institutos federais estão adequados para enfrentar este novo momento.
“Não poderemos mais ter salas lotadas, com 40, 60 ou mais estudantes, nem sem ventilação e demais medidas protetivas. Em que pese termos deliberação de Congresso do Sindical Nacional contrária ao ensino remoto como modalidade de ensino permanente, não há qualquer condição de retorno presencial com o cenário atual”, afirma Celeste.
Conforme destaca, caso haja imposição de retorno presencial, a greve será, na realidade, “humanitária”. Por conta disso, uma série de manifestações estão previstas para acontecer até a data do 11º CONAD Extraordinário do ANDES-SN (entre 23/03 e 03/04), assim como o debate permanente nas Assembleias de base.
Os Grupos de Trabalho (GT) do ANDES estão se organizando para auxiliar na construção política. Inclusive, já há a convocação de encontro para debater a questão no GT de Ciência e Tecnologia e no de Política Educacional. As centrais sindicais, frentes e fóruns também iniciaram a mobilização.
Assessoria ADUFPel