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RS bate recordes de contaminação por Covid-19 e sistema de saúde colapsa

Com a iminência do colapso na rede de saúde, o Rio Grande do Sul bate recordes epidemiológicos a cada dia. Na manhã desta sexta-feira (5), são mais de 2 mil leitos de UTI ocupados por pessoas em estado grave com confirmação de Covid-19. Outros 5 mil leitos contam com pessoas em casos de baixa ou média complexidade, com suspeita ou confirmação da doença. No dia anterior, foram contabilizadas 188 mortes em 24 horas por conta da pandemia – o maior volume reportado pela Secretaria Estadual de Saúde na pandemia.


A taxa de ocupação das UTIs continua acima dos 100%. Nesta quinta-feira (4), a rede hospitalar atendia 33 pacientes além do suportado pela estrutura. Nos leitos privados, a carga é de 130%. Desde o início da pandemia, o Rio Grande do Sul ampliou 65% o número de leitos das unidades de tratamento intensivo, mas a demanda aumentou em três vezes esta quantia durante o mesmo período.


Com leitos sobrecarregados, o peso também recai sobre os necrotérios. Esta semana foi paradigmático o caso do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, que precisou alugar um container para depositar os corpos. Luiz Antônio Nasi, o superintendente do hospital, resumiu da única maneira possível: “é um campo de guerra”.


Mesmo mobilizadas, as equipes de saúde não dão conta do número de atendimentos. O Hospital Pronto Socorro, da Capital, abriu contrato temporário pelo Sistema de Saúde Vila Nova para enfermeiros e técnicos em enfermagem para atuação nas UTIs e nas unidades de internação Covid. A preocupação é que a crise sanitária abra caminho para a privatização do HPS. Afinal, mesmo com as demonstrações de eficiência do SUS no atendimento à crise pandêmica, as tentativas de terceirização e privatização da saúde permanecem uma ameaça constante.


O Comitê UFPel Covid-19 emitiu ontem uma nota técnica sobre a crise. Nela, informam que os números de reprodução da doença fazem com que ela escalone rapidamente, na base de 1,3. 100 pessoas com Covid-19 podem infectar 130 pessoas, estas podem infectar 170 e assim por diante. A suspeita é que a nova variante brasileira, que já circula no estado, tenha levado à situação - que supera as fases críticas anteriores.


Frente à calamidade, algumas vozes se levantam para indicar o lockdown como a alternativa não para controle epidemiológico, mas para desafogar o sistema de saúde. O ex-ministro da saúde, Henrique Mandetta, sugeriu “fechamento radical” no estado por 15 dias. As alternativas paliativas, como toque de recolher durante a madrugada, não parecem dar conta da situação.


Em live publicada hoje, Paula Mascarenhas, prefeita de Pelotas, divulgou decreto que promove o lockdown durante o fim de semana. O decreto ratifica o status de calamidade pública na cidade e estabelece o fechamento de todas as atividades a partir das 6h da manhã de sábado (6) até às 5h da manhã de segunda-feira (8). As exceções são serviços essenciais ou que exijam manutenção diária – como hospitais, farmácias, clínicas, postos de combustível, etc. Restaurantes e comércio podem atender apenas por tele-entrega. A permanência de pessoas em áreas públicas, como praças, também fica proibida.


Nessa que está sendo a semana mais letal da pandemia, Bolsonaro voltou a tripudiar dos quase 200 mil mortos por COVID-19 sob a sua gestão. “Vão ficar chorando até quando?”, questionou, mostrando que motivos para as lágrimas não faltam – especialmente quando a declaração recebe palmas. 


Assessoria ADUFPel

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