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Rugby como instrumento para inclusão social e igualdade de gênero

A prática do Rugby ultrapassa as questões técnicas do esporte em si. A atividade coletiva, que envolve intenso contato físico e tem como principal objetivo levar a bola de formato oval para além da linha do gol adversário e apoiá-la contra o solo, cumpre uma função social importante. Para o projeto “Vem Ser Rugby” — iniciativa da Escola Superior de Educação Física (Esef) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) — a modalidade pode ser um instrumento de formação, educação, inclusão social, igualdade de gênero, promoção da saúde e sustentabilidade ambiental. 


O projeto, coordenado pelo professor da instituição e doutor em Ciências do Movimento Humano, Eraldo dos Santos Pinheiro, nasceu dentro do Programa “Vem Ser Pelotas”, que visa a identificação e o desenvolvimento de jovens nas modalidades adequadas para as suas qualidades motoras e alto rendimento. 


Voltada a meninas da rede pública municipal de Pelotas, a iniciativa visa promover atividades inclusivas e a integração dos escolares no turno inverso. Sendo formativo por natureza, devido aos valores que o envolvem, como integridade, respeito, paixão, disciplina e solidariedade, o Rugby oportuniza a integração dos conteúdos pedagógicos e fortalece o desenvolvimento social. “A prática do Rugby é de mudança de comportamento. Quem passa a praticar, em qualquer parte do mundo, vai ser reconhecido pela modalidade”, enfatizou Eraldo. 


Inclusão social

O professor também salienta que a atividade possibilita a inclusão social. Quem participa, em grande parte, são meninas negras oriundas da periferia, que, segundo ele, talvez não teriam a possibilidade de exercer essa habilidade. 


“Provavelmente, elas estariam fazendo aquilo que adolescentes dessa faixa etária da periferia fazem, que é estar cuidando dos irmãos mais jovens, ou ajudando em casa, não tendo a oportunidade de participar de uma modalidade formal, conhecer outras culturas, outras pessoas, saber que o mundo é maior do que aquilo que elas vivem no seu dia a dia, mas, ao mesmo tempo, compreender que lá é o seu lugar, lá é a sua casa, e o quanto isso pode ser modificado através daquilo que a gente tenta oferecer”. 


De acordo com Eraldo, projetos como esse, destinados à comunidade, são de extrema importância para mostrar que a Universidade está sempre de portas abertas e pode impactar na vida não só dessas meninas, mas também de todos que estão comprometidos ao seu redor. 


Participação feminina

O “Vem Ser Rugby” atinge, hoje, em torno de 25 a 30 meninas em diferentes categorias. Ao ser destinado exclusivamente a estudantes femininas, também veio para romper as barreiras do preconceito que está impregnado em nossa sociedade, assim como já vem ocorrendo em outros esportes. 

“Se pegar modalidades mais centrais e mais hegemônicas, como o futebol, a gente já vê mulheres praticando. As pessoas não fazem mais cara feia como faziam antigamente. Isso passa pelo Rugby também, quando as meninas dizem que jogam Rugby e as pessoas ficam curiosas para saber mais sobre a modalidade”, pondera Eraldo. 


As muitas conquistas do projeto e das pessoas que o integram demonstram o quanto este cenário está se modificando e é promissor. A partir dele, revelaram-se treinadora da seleção Gaúcha e coordenadora nacional de projeto relacionado ao esporte, além de surgirem oportunidades de participações na Seleção Brasileira Juvenil e contratos profissionais. 


Formação de professores 

O “Vem Ser Rugby”, conforme avalia Eraldo, carrega consigo a característica de ser um projeto multiprofissional, que pensa na formação não somente de estudantes, como também de professores e professoras, visando multiplicar o seu impacto social. 


Por isso, tem um braço de formação continuada de docentes. “A gente tem um festival de Rugby que traz os escolares e professores que participam da formação continuada para a Esef, no qual a gente faz uma competição de Rugby Tag, que é uma modalidade mais simples, não tem o contato físico como o jogo formal”. Essa ação já resultou em efeitos positivos diretos e indiretos em mais de dez mil escolares até hoje.


O Rugby

O Rugby surgiu na Inglaterra no início do século 19 e por muito tempo caminhou ao lado futebol até ter suas próprias características. Hoje, o World Rugby (a federação internacional) possui mais de 120 países membros e o esporte é praticado por pelo menos 6,6 milhões de pessoas. 


Para mais informações, entre em contato com o projeto via Instagram (@Vemserrugby).


Assessoria ADUFPel

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