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Seminário “1964: Lembrar para não esquecer” relembra momentos marcantes da história do Brasil

O evento teve a duração de dois dias (9 e 10) e reuniu depoimentos de quem viveu e sofreu as consequências da Ditadura Civil-Militar

 


Os dias 9 e 10 de outubro foram de intenso debate sobre as Ditaduras Latino-americanas. O seminário “1964: Lembrar para não esquecer - Memórias, resistências e permanências da Ditadura Civil-Militar” proporcionou, aos participantes, uma reflexão sobre este período tão antidemocrático da história.

 


O seminário começou com o mini-curso “Baú da memória: trabalhando com testemunhas sobre a ditadura”, da professora da UFPel, Caroline Silveira Bauer. Logo após, foi exibido o documentário “Ainda existem perseguidos políticos no Brasil”, de Vandré Fernandes, da ONG Acesso. A abertura oficial do evento aconteceu às 19h e reuniu representantes das entidades apoiadoras, entre elas a presidente da ADUFPel, Celeste Pereira, e o segundo secretário e organizador do seminário, Júlio Spanó.


 

Em seguida, o jornalista Alípio Freire, o representante da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Gilney Amorim Viana e o camponês Francisco Blaudes Sousa Barros, autor do livro \"Japuara – Um relato das entranhas do conflito\", fizeram parte da mesa de abertura, na qual relataram suas diferentes experiências na Ditadura Militar.


Relatos

Alípio Freire deu início ao debate falando sobre o que viveu durante a Ditadura e reforçou a importância da resistência durante o período: \"O destino é a gente que constrói, com as escolhas que faz\".


Gilney Viana também contou sobre sua história e como sobreviveu a tudo. Ao concordar com Freire, comentou: “Nós somos sobreviventes de uma guerra, mesmo com histórias diferentes”.  Ao explicar como ingressou na Secretaria de Direitos Humanos, disse que só aceitou o convite para poder trabalhar na Comissão da Verdade e Justiça. “Meu objetivo é trabalhar para informar essa nova geração. A luta deve continuar”, ressaltou.


Em um depoimento emocionante, Francisco Barros, contou como sofreu as consequências da Ditadura e como se utilizou disto para resgatar uma história que, segundo ele, estava quase esquecida. “Se não são os sobreviventes, quem iria resgatar essa história?”, questionou.


Seu livro aborda o conflito ocorrido na fazenda Japuara, localizada no sertão do Canindé, Ceará. O local foi palco de enfrentamento entre peões contratados pelos fazendeiros, lavradores e forças policiais no começo dos anos 1970. A publicação mostra o episódio sob o ponto de vista de Francisco Barros, que participou do confronto sem entender o que estava acontecendo no país.


Barros conta que o ponto de partida para que começasse a sua luta e surgisse a ideia de relatar a sua história foi em 2010, quando a organizadora do livro, Marta Cioccari, chegou na fazenda em que morava em busca de histórias. A partir daí questionou-se: “Os culpados disso tudo fomos só nós, os lavradores? Cadê os cúmplices?”.


Alfabetizado até a 7ª série do Ensino Fundamental, Barros, tinha o sonho de um dia contar a sua história e registrar o quanto que os lavradores e camponeses sofreram com a invasão de suas casas e fazendas. \"Quando chegaram em nossas casas, encontraram a força do lavrador. Meu pai pedia para que parassem com aquilo, pelas crianças.”

 

Encerramento

No segundo dia, a professora Marília Brandão, realizou o mini-curso “Ditadura civil-militar na fronteira e interior do Rio Grande do Sul: peculiaridades e possibilidades de estudo”. O professor de História da UFRGS, Enrique Serra Padrós, palestrou sobre \"Infância roubada: sequestro e desaparecimento de crianças durante a ditadura militar\". Apresentando fatos e relatos de famílias que foram desmembradas pelos militares e pessoas que se reencontraram anos depois do ocorrido ou que até hoje permanecem desaparecidas.

 

O músico e coordenador do Comitê Gaúcho da Verdade, Memória e Justiça, Raul Ellwanger, encerrou as atividades do seminário, com músicas que marcaram a Ditadura Militar no Brasil.


 

Seminário Nacional

Entre os 5 e 7 de dezembro, acontecerá o Seminário Nacional da Comissão da Verdade do ANDES-SN, cujo tema central do será “Professores, Educação e Juventude”, tendo como referências o Marco da Memória a partir do Cotidiano, a Luta pela Revisão da Lei da Anistia e a Responsabilização dos Autores da tortura e outros crimes de lesa-humanidade nos anos da ditadura empresarial-militar.


Veja mais fotos aqui. 


Assessoria ADUFPel 



 

 

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