Trabalhadoras terceirizadas retomam paralisação na UFPel
Trabalhadores/as da terceirização da
UFPel do setor da limpeza continuam com os salários atrasados. O pagamento, que
era para ter sido feito até segunda-feira (8) pela empresa responsável pelo
contrato, BH, não foi efetuado. Como resposta a este atraso, que vem ocorrendo
com frequência nos últimos meses, as trabalhadoras e os trabalhadores
declararam greve até o recebimento dos honorários.
No início da manhã de hoje um ato foi
feito em frente à empresa para pressionar o responsável pelos contratos. Paulo
César, conhecido como Pula, gerencia três empresas – Tradição, BH e Marinônio -
em um mesmo escritório. Todas fazem
parte do Grupo M. A BH emprega trabalhadores/as da limpeza, enquanto que a
Tradição é responsável pelo Restaurante Universitário (RU). Já a Marinônio
antecedeu a BH no serviço de limpeza.
Pula afirmou que os salários estão
atrasados porque a universidade não efetua o pagamento da empresa há três
meses. Indignados/as com a situação, trabalhadores/as foram até a reitoria cobrar
seus direitos. Lá exigiram a presença de Pula para explicar sobre o atraso do
pagamento, visto que a universidade alega ter pagado sua parte.
Segundo o pró-reitor Administrativo Antônio
Cleff, a universidade paga em dia as empresas. Como prova, apresentou um documento
em que, inclusive, mostra as multas aplicadas à BH por conta de descumprimentos
no contrato, como atraso de salários dos/as trabalhadores/as.
Pressionado pela mobilização, Pula
afirmou que está cheio de dívidas e que, por isso, enfrenta dificuldades para
efetuar os pagamentos, mas afirmou que no máximo até amanhã já o terá feito.
Outra mobilização está marcada para amanhã (12) às 9h na reitoria. As
categorias de técnicos, docentes e estudantes estão mobilizadas em apoio a
trabalhadores terceirizados da UFPel.
A terceirização nas universidades
Outros exemplos em Instituições Federais de Ensino
(IFE) brasileiras ilustram as consequências desastrosas da terceirização para
os trabalhadores. Na Universidade Federal do Rio de Janeiro, funcionários
terceirizados da limpeza e da segurança também tiveram seus pagamentos
atrasados. Estudantes ocuparam a Reitoria como forma de pressão e as aulas
foram suspensas até a regularização da situação. A educação, como ilustra
o caso, também é prejudicada por medidas de terceirização já que, na maior
parte dos casos, funcionários terceirizados ganham menos, correm mais riscos de
acidentes e trabalham mais, sendo a insatisfação com o trabalho, o cansaço e o
assédio moral por parte das empresas que os subcontratam problemas constantes.
Algumas das outras IFE que apresentaram
descumprimento em relação aos direitos trabalhistas dos terceirizados neste ano
foram: Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade Federal de
Goiás (UFG) , Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Instituto Federal
do Espírito Santo (IFES), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e
Universidade Federal da Bahia (UFBA).
O caso dos trabalhadores terceirizados da UFPel vem
ilustrar o Projeto de Lei 4.330, que regulamenta a terceirização no país. Para
a ADUFPel, o fato do PL legalizar as terceirizações sem restrição para
empresas, tanto as privadas quanto as públicas, é uma das medidas que mais
afrontam os direitos dos trabalhadores.
Confira o vídeo do ato na nossa galeria: http://goo.gl/0OgPeo
Assessoria ADUFPel
Foto: Assessoria ADUFPel