UFPel demite terceirizadas/os
Em junho, a reitoria iniciou a demissão de funcionárias/os terceirizada/os. Os desligamentos deverão atingir 25% do total de contratos. A justificativa são os cortes orçamentários
O contingenciamento financeiro aplicadopelo governo federal desde o ano de 2015 vem afetando gravemente a UFPel edemais instituições de ensino brasileiras. No último mês, a administraçãosuperior da Universidade optou pelo desligamento de cerca de 25% dos contratosde trabalho terceirizados. Segundo o reitor da UFPel, Pedro Hallal, a medidafoi necessária devido aos bloqueios de orçamento do Executivo. Até então, foramliberados 60% do orçamento de custeio e 30% do orçamento de capital previstospara 2017. A previsão é de que sejam liberados entre 85% e 90% do total decusteio até o fim do ano. Quanto à receita de capital, a reitoria teme que nãohaja liberação nem de 50%.
Demissões seguirão
Conforme a reitoria explica, foram demitidostrabalhadores de portaria, vigilância e tratadores de animais. No entanto, serápreciso expandir para outros setores. “A ideia é que esse mesmo percentual deredução seja aplicado para os demais contratos terceirizados, com exceção docontrato de Serviços Gerais, o qual foi reduzido recentemente, cuja reduçãoextra inviabilizaria a manutenção de várias atividades na UFPel”, aponta oreitor.
O contingente de terceirizados é decerca de 700 pessoas. A administração justifica que seria inviável manter todosos contratos (realizados via nove empresas de prestação de serviços) já queestes representam 58% do orçamento provável de custeio de 2017. Outra mudançaconcretizada pela reitoria da UFPel foi alterar a carga horária. “A questão dacarga horária é delicada, tendo em vista que detectamos uma série de prédios daUFPel com acúmulo de portaria e vigilância, inclusive nos domingos. Nessescasos, nossa preferência foi a modificação dos postos de trabalho do formatoSegunda a Domingo para o formato Segunda a Sexta ou Segunda a Sábado”, explicaHallal.
Cortes também afetam bolsas
Além das demissões de terceirizados, areitoria efetuou cortes em distribuição de bolsas. Houve uma redução de 30% embolsas de ensino, pesquisa e extensão. A administração aponta que, como havia uma acúmulo de bolsas, não houve pessoas que ficaram sem auxílio. “Felizmente, ao diminuirmos a concentração, conseguimos minimizar o impactodesses cortes, até aumentando o número de servidores contemplados”, aponta oreitor, que também afirma não aceitar que os cortes “sigam prejudicando aqualidade do ensino público, 100% gratuito, de qualidade e socialmentereferenciado que ofertamos a comunidade”.
ANDES-SN e ADUFPel-SSind se posicionam sobre demissões
A diretoria da ADUFPel-SSind, alinhadaàs deliberações do Sindicato Nacional, considera que essa postura dasadministrações universitárias não enfrenta o problema dos cortes orçamentáriose contingenciamento na educação, mas sim colabora com projeto de precarização eprivatização das universidades públicas.
Conforme apontamento do ANDES-SN, as demissões deterceirizadas/os acontecem justamente pelo contrato deste grupo serprecarizado. O Sindicato Nacional indica que estes trabalhadores são o elo maisfrágil das políticas de ajuste fiscal e defende contratação de pessoal viaconcurso público. Todavia, atua historicamente na defesa de toda a classetrabalhadora.
Assessoria ADUFPel