20 de novembro é o Dia da Consciência Negra
A quarta-feira, 20 de novembro, marca um importante dia de luta no Brasil. O Dia da Consciência Negra, celebrado nesta data em homenagem a Zumbi dos Palmares, líder quilombola assassinado em 1695.
Em Pelotas, terá lugar no dia 20 de novembro a “Marcha Griô Sirley Amaro: Pela Nossa História e Ancestralidade”. As atividades começam às 14h, na sede do ASUFPEL (Quinze de Novembro 262), com o debate Colonialismo e Movimentos de Esquerda no Brasil: Raça e Racismo em pauta. Miriam Alves, docente da UFPel e diretora da ADUFPel, será uma das palestrantes.
A concentração da marcha está marcada para às 17h, no Altar da Pátria (Bento Gonçalves). Após a manifestação, será realizado um ato político cultural no Beco da Biblioteca, às 19h. O ato é organizado de maneira unitária por uma série de movimentos sociais e tem apoio de diversas entidades sindicais, entre elas a ADUFPel.
Entre as pautas de luta da marcha em 2020 estão: não ao genocídio da população negra e à intolerância religiosa de matriz africana. Pela democracia, pela cidadania e pela vida. A manifestação também marcará posição contra o desemprego e a falta de oportunidades para juventude e para os trabalhadores em Pelotas e no Rio Grande do Sul.
Negros e negras assassinados, como a jovem Ághata, mestre Moa do Katendê e a vereadora Marielle Franco, serão homenageados pela Marcha. O jogador pelotense Taison, que recentemente enfrentou o racismo em uma partida de futebol na Ucrânia, será outra figura lembrada na manifestação.
Mestra Griô Sirley da Silva Amaro
Nascida em 1936, é pelotense, carnavalesca, costureira e contadora de histórias. É conhecida por sua contribuição para a preservação da cultura negra em Pelotas. Representa e inspira o tema escolhido para a Marcha: “pela nossa história e ancestralidade”.
Os negros e negras na UFPel
Ainda que haja avanços nos últimos anos, ainda há muitos espaços dentro da universidade a serem ocupados por pretos e pardos, seja entre os estudantes, seja entre o corpo docente. Dados divulgados em 2018 mostram que o número de estudantes que ingressou na UFPel por meio das cotas raciais passou de 248 para 1.928 em quatro anos. Os cotistas eram apenas 1,6% do total de alunos da Instituição em 2014 e, em 2018, somaram 12,3%.
Ao mesmo tempo, o número de estudantes da UFPel que se autodeclara como preto ou pardo tem tido um crescimento nos últimos anos. Em 2018, foram 2.894 alunos matriculados que se descrevem dessa forma – o que representa 18,43% dos estudantes. Em 2014, esse grupo era de 6,61%. O próprio volume de pessoas que preferiam não declarar etnia diminuiu progressivamente. De 33,56% em 2014, apenas 9,34% do total de alunos da UFPel não fez declaração em 2018.
Entre os docentes, os dados chamam ainda mais a atenção. Em janeiro de 2018, apenas 20 professores da UFPel se autodeclaravam negros, em universo de quase 1,5 mil docentes.
ANDES-SN lança Cartilha de Combate ao Racismo
Aproveitando novembro, o mês da Consciência Negra, o ANDES-SN lançou sua nova Cartilha de Combate ao Racismo. O Sindicato Nacional organizou uma agenda com lançamentos em diversas seções sindicais. A primeira atividade ocorre nesta terça (19), em Goiânia (GO).
A Cartilha também será lançada nos próximos dias em Jataí (GO), Rio de Janeiro (RJ), Eunápolis (BA), Sinop (MT), Belém (PA), Campos dos Goytacazes (RJ) e Vitória (ES).
A Cartilha pode ser baixada aqui.
Ou lida online aqui.
Assessoria ADUFPel