6 de março: Coordenação Nacional da CSP-Conlutas aprova dia de luta e paralisações e chama a organizar a greve geral
Preparar a luta unificada em todo o em
defesa dos salários, direitos e emprego; contra as medidas 664 e 665 que atacam
benefícios dos trabalhadores e o projeto de lei 4330 das terceirizações
A reunião da
Coordenação Nacional da CSP-Conlutas realizada neste final de semana em São
Paulo, entre outras resoluções, aprovou a realização de um Dia Nacional de
Lutas e Paralisações neste 6 de março, sexta-feira.
O movimento
dos trabalhadores precisa dar uma resposta imediata aos ataques promovidos
recentemente pelo governo Dilma Rousseff. Diante da crise econômica que se
agrava, os trabalhadores são os primeiros a sofrer as consequências. As
empresas já começam a demitir sem que o governo se manifeste; foi reeditado o
projeto de lei 4330, que favorece as terceirizações, que implicam em retirada
de direitos dos trabalhadores; as medidas provisórias 664 e 665 anunciadas no
início deste ano atacam benefícios fundamentais como o seguro-desemprego e o
benefício das aposentadorias.
O ato
nacional convocado para o Rio de Janeiro, na mesma data, principalmente pela
Fasubra e pelo Andes-SN, contra a privatização dos serviços públicos, dos
hospitais universitários e contra a Ebserh, também será palco para o ato
unificado que marcará este dia nacional de lutas. Haverá caravanas de todo o
país nesta atividade.
Assim, a
CSP-Conlutas faz um chamado a todas suas entidades e movimentos filiados e os
movimentos que querem lutar, para que organizem mobilizações nesta data. Podem
ser panfletagens, assembleias, atos públicos, manifestações, passeatas e
paralisações onde for possível.
Os operários
da construção civil de Belém (PA) já decidiram que paralisarão os canteiros de
obras e farão uma manifestação pelas ruas da capital paraense. Os operários da
construção civil de Fortaleza (CE) também farão paralisações e, no fim da
tarde, diversas categorias se unem às mulheres para o ato antecipado do 8 de
Março – Dia Internacional de luta da Mulher; e, no interior, param as
atividades os professores de Juazeiro. Em Minas Gerais, também já estão
organizando o dia 6. Na Helibras, nas metalúrgicas de São João Del Rey,
Itajubá, Itaúna e Divinópolis já têm paralisações marcadas, assim como os
gráficos de Alterosa; diversas categorias farão um ato na praça Sete às 14
horas e, em seguida, às 16 horas, se juntam ao ato pelo Dia Internacional da
Mulher. Em outros estados também estão sendo preparadas mobilizações para esta
data.
Resolução
aprovada pela Coordenação impulsiona dia 6 de março e se distancia do movimento
de direita
“O
aprofundamento da crise política e econômica exige uma resposta classista por
parte dos trabalhadores” afirma a resolução aprovada na reunião da Coordenação
defendendo a luta dos trabalhadores contra os ataques que vem sendo desferidos
pelo governo Dilma Rousseff. “As
últimas semanas foram marcadas pela intensificação da crise econômica e
política e por processos de mobilização dos trabalhadores, dentre eles as
greves dos servidores do Paraná, dos operários da GM de São José dos Campos, de
servidores de várias partes do país e ainda por mobilizações como a dos
trabalhadores demitidos do Comperj e a paralisação e bloqueios de estradas
realizadas pelos caminhoneiros”, resgata o documento.
Na avaliação
dos presentes a reunião a indignação entre os trabalhadores, o povo mais pobre
e os setores médios, que vem crescendo rapidamente. As medidas de ajuste fiscal
e, sobretudo, os ataques ao seguro desemprego, PIS, pensões, combinado com o
aumento da inflação e do custo de vida são elementos importantes para esse
descontentamento, que se agravam com o aumento generalizado dos preços dos
alimentos e das tarifas, a falta de água e possibilidade de apagão, as
demissões e notícias de corrupção, principalmente na Petrobrás, com a Operação
Lava Jato. As medidas provisórias 664 e 665 são o exemplo mais acabado, ao
retirarem direitos de viúvas, desempregados, familiares de presos e
doentes.
A polarização
entre o governo e a oposição de direita está cada vez mais em evidência e
reafirma a necessidade política de construção de um campo de luta, independente
do governo e da direita, “que se apoie nas mobilizações da classe trabalhadora,
para levantar um programa e lutar em defesa do emprego e dos direitos
ameaçados”, resgata a resolução aprovada pela Coordenação, ao defender o 6 de
março como dia de luta em contraposição à convocação do dia 15 de março
convocado pelo PSDB e a direita.
Um chamado à
unidade para construir um dia de paralisação nacional rumo à Greve Geral! A reunião da Coordenação Nacional da
CSP-Conlutas também aprovou um chamado amplo de unidade para lutar, dirigido em
especial às centrais sindicais majoritárias e demais organizações sindicais e
populares do nosso país.
A
CSP-Conlutas defende que é hora de começar a preparar uma grande greve geral no
país com as diversas centrais sindicais e entidades que representam os
trabalhadores, os movimentos populares, os que lutam contra as opressões e a
juventude. É preciso juntar a todos! É importante construir essa luta em torno
de uma plataforma unificada contra o ajuste fiscal e as reformas dos governos
federal, estaduais e municipais. Isso se traduz na luta pela revogação das MPs
664 e 665, pelo arquivamento do PL 4330 das terceirizações, pelo fim das
demissões e pela redução da jornada de trabalho sem redução de salários, em
defesa da Petrobrás 100% Estatal e a exigência de punição, confisco dos bens e
prisão de todos os corruptos e corruptores, desde o governo FHC, contra os
cortes no orçamento das verbas destinadas às áreas sociais e pela suspensão do
pagamento da dívida pública aos banqueiros.
Fonte: CSP-Conlutas
Edição: CSP-Conlutas
Fotografia: CSP-Conlutas