8M Pelotas: mulheres unem-se contra a violação de direitos e a opressão
Pelo sexto ano consecutivo, a ADUFPel-SSind participa da organização das atividades e convida todas/os a integrarem-se
Este ano, as ruas de Pelotas serão novamente tomadas no dia 8 de março (Dia Internacional da Mulher). Cada vez mais fortalecidas, as mulheres irão à luta contra a violação de direitos e a opressão, em defesa da educação e saúde públicas e por Marielle Franco. No município, desta vez, estão previstas atividades que se estenderão de 5 a 26 de março, construídas por coletivos, movimentos sociais e sindicatos, entre eles a ADUFPel-SSind.
O 8M Pelotas terá como mote: Estado opressor, Estado violador - mulheres contra as políticas de extermínio dos nossos direitos; Vivas por Marielle - mulheres em defesa da educação e saúde pública, contra toda a forma de violência racista e sexista; A Terra é da Mulher - mulheres em defesa do meio ambiente, da amazônia e dos povos originários.
As duas atividades principais ocorrerão nos dias 7 e 8 de março. Na primeira data, será realizada uma marcha que partirá do chafariz do calçadão da Andrade Neves rumo ao Altar da Pátria, com concentração a partir das 10h. No dia 8, as mulheres ocuparão o Altar da Pátria, da Avenida Bento Gonçalves, para produção de materiais e para demarcar a importância da data para a luta.
Confira o calendário estendido
5M - Calourada feminista (DCE UCPEL)
5M - Roda de conversa “Luta Política de Mulheres Negras - Trajetórias e Perspectivas”
Local: Mercado Central de Pelotas
Horário: 18h
7M - Atividade com mulheres em situação de vulnerabilidade social (JUNTAS)
Local: Restaurante popular
Horário: 14h
7M - Oficina de crochê com a professora Marina (Caixa de Pandora), das Artes
Local: Dunas
7M - Marcha rumo ao Altar da Pátria
Local: concentração no chafariz da Andrade Neves
Horário: a partir das 10h
Terá falas e panfletagem, performances, batuque feminista, aplicação de stencil em lenços e camisetas, mostra fotográfica (IMA)
8M - Atividade no Altar da Pátria (retomada)
Local: 14h
Será feito um bandeirão feminista e serão retomadas as atividades do 7M como panfletagem, falas, stencil, performances. Discotecagem com DJ Talita.
11M - Roda de conversa sobre violência e silenciamento das mulheres
Atividade proposta pelo CRP, SINASEFE
Local: Campus II
Horário: 18h30
11M - Oficina "Hey Bitches: por uma antropofagia cadela" (Alexandra Dias)
Local: AABB/UFPel
Horário: 20h
14M - Ato por Justiça para Marielle Franco (Setorial de Negros e Negras do PSOL e Setorial das Mulheres do PSOL), contará com Oficina de capoeira da ESEF; Bloco Dona da Noite; e Slam das Minas;
Local: Chafariz do Calçadão
Horário: 10h
14M - Cine debate (CFCAM)
Local: CDD
14M festa "Boteco das Minas: Marielle Vive!" (evento conjunto ao 14M, org. Negras e Negros do PSOL+ Usina Feminista)
Local: Q-Sabor (Tiradentes, 25)
Horário: 15h
19M - Oficinas da Usina Feminista para turmas de EJA
Local: Colégio Municipal Pelotense
Horário: 19h30
1) "Educação e trabalho: mulheres da periferia, melhores condições de vida através do acesso à educação"
oficina baseada em Carolina de Jesus e Angela Davis - Rogéria Garcia
2) "Mulher-corpo-político: consciência corporal e jogos contemporâneos" - Bruna Oliveira
3) Depilação com técnica egípcia - Roberta Silva
25M - Audiência Pública acerca de Políticas Públicas sobre Sexualidade e Saúde da Mulher (Mandato do PSOL na Câmara | Vereadora Fernanda Miranda - Setorial das Mulheres do PSOL)
Local: Câmara de Vereadores
Horário: 19h
26M - Oficinas da Usina Feminista para mulheres atendidas pela rede de apoio à mulher.
Local: Centro de Referência de Atendimento à Mulher
1) "Educação e trabalho: mulheres da periferia, melhores condições de vida através do acesso à educação"
Oficina baseada em Carolina de Jesus e Angela Davis - Rogéria Garcia
2) "Mulher-corpo-político: consciência corporal e jogos contemporâneos" - Bruna Oliveira
3) Depilação com técnica egípcia - Roberta Silva
Aprofundamento da desigualdade
As mulheres enfrentam, diariamente, diversas formas de violência, que se manifestam na violação de seus corpos e de seus direitos, de maneira psicológica, física, moral, doméstica, institucional, patrimonial, sexual e de gênero. Essa violências atingem seus direitos à vida, à saúde e à integridade, e são estruturantes da desigualdade de gênero.
Alinhadas à isso, encontram-se as políticas de extermínio dos direitos sociais implementadas pelos governos federal, estadual e municipal. Entre elas estão a destruição da Previdência Pública, a retirada de direitos trabalhistas, o ataque às liberdades democráticas, o desmonte da educação e da saúde públicas e o enfraquecimento das políticas de combate à violência contra a mulher.
Além disso, em estudo produzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dados demonstram que as mulheres, ainda, trabalham quase o dobro de horas que os homens nos afazeres domésticos e cuidados de parentes. Enquanto as mulheres dedicam, em média, 21,3 horas semanais a estes afazeres, os homens apenas 10,9 horas. Se somadas as jornadas de trabalho com as tarefas domésticas, as mulheres trabalharam 3,1 horas a mais do que os homens. Elas somam 53,3 horas semanais de trabalho, enquanto eles trabalham 50,2 horas semanais. E, mesmo trabalhando mais, as trabalhadoras ganham, em média, 20,5% menos que os homens no país.
Violência contra a mulher
Segundo dados do 12º e do 13º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, do Instituto Patrícia Galvão, três mulheres são vítimas de feminicídio a cada dia, uma mulher é vítima de estupro a cada nove minutos, uma pessoa trans ou gênero-diversas é assassinada a dois dias, e uma mulher registra agressão sob a Lei Maria da Penha a cada dois minutos.
O assédio sexual também é uma realidade na vida da maior parte das mulheres brasileiras. Em dados também do anuário, 71% das mulheres conhecem alguma mulher que já sofreu assédio em espaço público e 97% dizem ter sido vítimas de assédio em meios de transporte.
O Atlas da Violência 2019, produzido pelo Ipea e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), mostra que a taxa de feminicídio cresceu acima da média nacional em 2017. O Brasil atingiu, pela primeira vez em sua história, 31,6 homicídios por 100 mil habitantes, o que corresponde a 65.602 homicídios em 2017. Em 28,5% dos casos, as mortes ocorreram dentro de casa.
Segundo o estudo, a taxa de feminicídios de negras é maior e cresce mais que a das mulheres não negras. Entre 2007 e 2017, a taxa cresceu 29,9%, enquanto a das não negras aumentou 1,6%. Com a variação, a taxa de homicídios de mulheres negras chegou a 5,6 para cada 100 mil, enquanto a de mulheres não negras atingiu em 3,2 por 100 mil.
Pela primeira vez, a população de lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis e intersexuais foi incluída no mapeamento. O número de homicídios denunciados ao Disque 100 subiu de 5 em 2011 para 193 em 2017, e as lesões corporais aumentaram de 318 em 2016 para 423 em 2017. De acordo com o Ministério da Saúde, entre 2015 e 2016 aumentaram-se os episódios de violência física, psicológica, tortura e outras violências contra bissexuais e homossexuais, sendo a maioria das vítimas solteiras e do sexo feminino. E, 70% dos autores das violências eram do sexo masculino. Houve, 5.930 notificações de situações de violência contra a população LGBTI+.
Em 2018, no Rio Grande do Sul, houve um aumento de 40,9% nos casos de feminicídio, em relação ao ano anterior. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP) do estado, divulgados em janeiro deste ano, 117 mulheres foram mortas. Em Pelotas, ocorreram 7 feminicídios, 51 estupros, 670 casos de lesão corporal e 1.011 ameaças a mulheres.
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Assessoria ADUFPel
Com informações de Agência Brasil, IBGE e Instituto Patrícia Galvão
Imagem: Divulgação 8M