ADUFPel divulga nota de repúdio à proibição de linguagem inclusiva no ensino: por uma escola sem mordaça
Em Assembleia Geral Extraordinária da ADUFPel do dia 22 de julho, a categoria docente da UFPel e do IFSul-CaVG, entre diversos assuntos, deliberou pela construção de uma nota de repúdio ao impedimento do uso da linguagem inclusiva em escolas.
O tema foi incluído na pauta por sugestão da diretora e coordenadora do Grupo de Trabalho de Política Educacional (GTPE) da Seção Sindical, Valdelaine Mendes, devido às tentativas de parlamentares bolsonaristas que têm se fortalecido em todo o país.
Segundo levantamento do jornal O Globo, desde novembro do ano passado, em 14 das 27 Assembleias Legislativas pelo país, e também na Câmara Federal, foram apresentadas propostas que impedem o uso desse recurso nas escolas. Em Santa Catarina, a ideia até mesmo virou decreto. Em Porto Alegre, o professor de História, Luis Henrique Half, recebeu uma notificação extrajudicial por ter se referido aos seus estudantes como “queridxs alunxs”.
Confira a nota abaixo:
Nota de repúdio à proibição de linguagem inclusiva nas escolas: por uma escola sem mordaça
A categoria docente da ADUFPel repudia todas as tentativas ora em curso, através de legislação submetida a câmaras de vereadores ou assembleias legislativas, da proibição no país do uso da linguagem inclusiva.
A Língua Portuguesa pertence ao conjunto de seus falantes em toda a sua diversidade e o idioma se enriquece com novas formas de expressar a realidade, que não desaparecerá com a imposição de regras linguísticas através de projetos de lei.
É preciso defender a liberdade de expressão, o respeito às diferenças, o fim de todo tipo de preconceito, o pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas e repudiar todas as tentativas de cerceamento da organização do trabalho pedagógico. (Aprovada em assembleia geral com uma abstenção).
Pelotas, 22 de julho de 2021.