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ANDES-SN inaugura placa de homenagem a Márcio Antônio de Oliveira

Ex-presidente do Sindicato Nacional agora dá nome à sala da secretaria-geral

O ANDES-SN inaugurou, na tarde desta sexta-feira (5), uma placa em homenagem a Márcio Antônio de Oliveira, ex-presidente do Sindicato Nacional que faleceu em junho. Márcio agora dá nome à sala da secretaria-geral do ANDES-SN. A homenagem foi conduzida por Eblin Farage, presidente do Sindicato Nacional, e acompanhada por dezenas de docentes que estão em Brasília (DF) para a reunião conjunta dos Grupos de Trabalho de Carreira (GTC), de Política Educacional (GTPE), de Ciência e Tecnologia (GTCT) e do Setor das Instituições Federais de Ensino (Ifes) do ANDES-SN.

“Essa homenagem é o reconhecimento de tudo que o Márcio construiu nesse sindicato. Escolhemos a sala da secretaria porque o Márcio foi diversas vezes secretário-geral. O Márcio expressava os princípios, a observância do nosso estatuto, e o impulso de fazer desse sindicato parte importante das lutas sociais, em conjunto com outras categorias de trabalhadores” afirmou a presidente do ANDES-SN.

Além de Eblin Farage, Joacir Teixeira de Melo, presidente da Associação dos Professores de Ensino Superior de Juiz de Fora (ApesJF – Seção Sindical do ANDES-SN), também prestou sua homenagem a Márcio, ressaltando a importância do docente para a construção do ANDES-SN e da ApesJF-SSind.

História de Márcio Antônio de Oliveira

Márcio foi presidente do ANDES-SN entre 1992 e 1994, secretário-geral do Sindicato Nacional nos períodos de 1986 a 1988 e de 2010 a 2014, e era 2º secretário da ApesJF-SSind desde 2014. O docente também compunha a diretoria eleita para estar à frente do Sindicato Nacional durante o próximo biênio (2016/2018).

Em reportagem publicada no InformANDES de janeiro de 2016, Márcio relembrou algumas das lutas das quais participou pelo Sindicato Nacional ao longo das últimas décadas, como o processo da Assembleia Constituinte. “Foi um movimento muito profundo e detalhado e não tínhamos interesse apenas na educação, fizemos uma plataforma comum, junto às entidades e partidos políticos, para a Constituinte que abrangia educação, saúde, segurança, direitos dos cidadãos, etc. Tivemos uma vitória neste sentido na Constituinte de 1988, onde está prevista a gratuidade do ensino nas instituições oficiais”, afirmou.

Márcio Antônio de Oliveira também comentou, na entrevista, o processo de lutas contra o governo de Fernando Collor de Mello (1990-1992), momento em que era presidente do ANDES-SN. “O embate foi muito forte com o governo e em 1991 protagonizamos uma greve que resultou na rejeição de um projeto que excluía docentes e servidores das IFE e diversas outras categorias de servidores público federais (SPF) dos reajustes propostos pelo governo”, contou. Para Oliveira, a sua gestão também foi marcada pela legitimação do direito de greve no serviço público e pelo início do processo de construção da carreira docente do professor federal.

Nos últimos anos, Márcio Antônio de Oliveira ajudou a organizar a Comissão da Verdade do ANDES-SN, que apurou os crimes cometidos pela ditadura empresarial-militar no âmbito da educação e lançará, durante o 61º Conad, o Caderno 27 do ANDES-SN “Luta por justiça e resgate da memória”. Defensor veemente da revisão da Lei da Anistia, o docente contou, em entrevista ao InformANDES de abril de 2014, como sofreu com a repressão.

Ironicamente, o professor que colocava o marxismo no programa de suas disciplinas na década de 70, assistidas de perto por agentes do regime, apenas foi considerado subversivo depois da promulgação da Lei da Anistia. “Eu dei aula e nunca deixei de falar certas coisas, pra não acharem que estava aprontando de forma secreta. Eu dava aula de marxismo, mas procurava sempre tratar como mais um tema. Eu não chamava os militares de golpistas - eu não era doido - mas falava que era um governo autoritário, com leis de exceção, não reconhecido por órgãos internacionais”, afirmou Oliveira.

Em 1981, durante uma visita do presidente João Baptista Figueiredo a Ouro Preto (MG), um militante foi preso pela acusação de carregar explosivos para tentar matar o ditador. Como ele seria julgado em Juiz de Fora, a ApesJF se reuniu para declarar solidariedade ao preso político. “Mas, ao invés escrevermos uma carta tranquila, usando as prerrogativas da Lei da Anistia, fizemos uma nota chamando a prisão de palhaçada. A ApesJF foi acusada de subversão, e eu, presidente da entidade, de chefe da subversão. Foram dois anos de acusação. Quando não conseguiam destruir a pessoa, iam pelas beiradas. Sua família ficava nervosa pela pressão do regime. Não tinham uma argumentação sólida e ainda assim fomos considerados culpados pelo primeiro juiz que julgou, só sendo absolvidos depois”, contou o docente.

 

 

 

Fonte: ANDES-SN

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