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As lutas sociais e a crítica ao capitalismo nos filmes de Costa-Gavras

O diretor franco-grego Konstantinos Gavras, mais conhecido como Costa-Gavras, dedicou sua vida para levar uma forte crítica social às telas dos cinemas. Nascido em 1933, na Grécia, teve sua vida afetada pela política desde muito cedo. 


Seu pai era membro do Partido Comunista Grego e lutou na Frente de Libertação Nacional durante a Segunda Guerra Mundial, lutando contra a ocupação nazista na Grécia. Em seguida, foi preso, durante a Guerra Civil Grega, o que impediu Costa-Gavras de entrar na universidade em seu país.


Por conta disso, se mudou para a França em 1951, onde vive desde então. Lá, estudou literatura na Universidade de Sorbonne por alguns anos, mas largou o curso para aprender cinema no Instituto de Altos Estudos Cinematográficos (IDHEC), em Paris, que formou centenas de cineastas reconhecidos, como o brasileiro Eduardo Coutinho. 


Z

Seu terceiro filme é também sua obra-prima. Z (1969), com direção e roteiro de Costa-Gavras, foi aclamado mundialmente e venceu prêmios como o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, a Palma de Ouro em Cannes e o Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro. 


Z logo se tornou um ícone cultural da luta contra o fascismo, a ponto do Partidos dos Panteras Negras exibir o filme em sessões clandestinas nos Estados Unidos. A trama é uma espécie de paródia franco-argelina sobre o assassinato do político socialista grego Grigoris Lambrakis, em 1963, e do posterior governo da Junta Militar no país, que durou de 1967 a 1974.


Um dos principais personagens do filme é o juiz de investigação, baseado em Christos Sartzetakis. No filme, o juiz vai, aos poucos, descobrindo todas as armações que a Polícia e o Exército franceses armaram para fingir que a morte do político havia sido um acidente. Na história real, Christos foi preso pela Junta Militar e, em 1985, eleito presidente da Grécia.



Estado de Sítio

Em 1972, Costa-Gavras escreveu e dirigiu o filme Estado de Sítio, que foi censurado durante um ano nos Estados Unidos, justamente por mostrar a participação da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) no golpe militar uruguaio e no treinamento de militares latino-americanos para a tortura. 


Na trama, baseada em fatos reais, Philip Michael Santore, agente da USAID, é sequestrado por guerrilheiros tupamaros que são presos e assassinados aos poucos pelo governo uruguaio. Os sequestradores se vêem, então, em um dilema sobre o que fazer com Santore em meio à escalada da repressão no país. Estado de Sítio foi filmado no Chile, durante o governo de Salvador Allende, e no México. Venceu o prêmio BAFTA e foi indicado ao Globo de Ouro de Melhor Filme de Língua Estrangeira. 



O Corte

Em 2005, Costa-Gavras adaptou o livro “O Machado”, de Donald Westlake, para o cinema. De forma irônica, quase escrachada, O Corte mostra como os trabalhadores são afetados pelas demissões e pelo desemprego, e como, muitas vezes, optam por saídas individualistas contra seus iguais.


Na história, Bruno Davert, um químico de 39 anos está há dois anos desempregado por conta da mudança da empresa em que trabalhou a vida toda para a Romênia. Depois de tentativas infrutíferas de voltar ao mercado de trabalho, percebe que só conseguirá ser contratado matando todos os seus concorrentes mais qualificados. Em meio aos assassinatos, Bruno vai refletindo sobre a vida, a sociedade e a falência do sistema capitalista na França, enquanto tenta esconder seu lado criminoso da família. 



O Capital

Penúltima obra de Costa-Gavras, O Capital (2012) mostra as entranhas do sistema financeiro francês. No filme, banqueiros disputam a presidência do Phoenix, empresa financeira que também está envolvida em uma queda de braço internacional com acionistas dos Estados Unidos.


O protagonista Marc Tourneuil, alçado a CEO do banco, é o típico empresário ambicioso, que quer ganhar dinheiro a qualquer custo, passando por cima de seus concorrentes e demitindo milhares de trabalhadores. Ele se reivindica como um Robin Hood diferente: gosta de roubar dinheiro dos pobres para distribuir aos ricos.  



Matéria originalmente publicada no Jornal Voz Docente


Assessoria ADUFPel com imagens de Divulgação

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