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Assassinos de Marielle e Anderson são condenados por júri popular

Após seis anos, sete meses e 17 dias de luta incansável por justiça, em decisão histórica, na última quinta-feira (31), o júri popular condenou os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz pela execução do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes. Lessa foi sentenciado a 78 anos e 9 meses de prisão, enquanto Queiroz deverá cumprir 59 anos e 8 meses de detenção. O julgamento teve início na quarta (30).


Além das penas, a sentença prevê que os condenados deverão pagar, conjuntamente, uma pensão até os 24 anos a Arthur, filho de Anderson, além de R$ 706 mil de indenização por dano moral para cada uma das vítimas — Arthur, Ághata Arnaus, Luyara Franco, Mônica Benício e Marinete Silva -, e arcar com as custas processuais. Ambos não poderão recorrer em liberdade.

Ao ler a sentença da condenação de Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, a juíza Lúcia Glioche, do 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro, reconheceu que o sistema judiciário brasileiro é lento, mas que quem comete crimes no país em algum momento será punido. 

"A Justiça por vezes é lenta, é cega, é burra, é injusta, é errada, é torta, mas ela chega. A Justiça chega mesmo para aqueles que, como os acusados, acham que jamais vão ser atingidos pela Justiça. Com toda dificuldade de ser interpretada e vivida pelas vítimas, a Justiça chega aos culpados e tira deles o bem mais importante depois da vida, que é a liberdade", afirmou a magistrada.

Embora a condenação represente um avanço significativo, a busca por justiça continua. Ainda faltam ser responsabilizados os mandantes do crime e aqueles que ajudaram a planejar o assassinato e atrapalhar o curso das investigações. 

Também são acusados de envolvimento no assassinato de Marielle e Anderson, o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, Domingos Brazão, e seu irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão. Eles são investigados pela suspeita de serem os mandantes da execução e foram delatados por Ronnie Lessa. 

Já o ex-chefe da Polícia Civil fluminense, Rivaldo Barbosa, é acusado de comprometer as investigações, e o major da Polícia Militar, Ronald Paulo de Alves Pereira, é acusado de ajudar a definir data e local do atentado. Os cinco são investigados por homicídio e organização criminosa e estão presos desde março deste ano.

Fonte: ANDES-SN, com informações da Agência Brasil

Fotos: Tânia Rêgo/Agência Brasil



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