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Assédio moral na educação pública é tema de palestra realizada pela ADUFPel

O convidado foi o professor da UFPR, Luis Allan Künzle


O professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Luis Allan Künzle, esteve em Pelotas na última sexta-feira (19) a convite da Associação dos Docentes da UFPel (ADUFPel) e Associação dos Servidores da UFPel (ASUFPel), com o apoio do Sindicato dos Municipários de Pelotas (SIMP). Künzle falou sobre as relações de poder e assédio na educação pública; sua experiência como docente de nível superior; a política que está sendo constituída nas instituições de ensino; características e soluções do assédio moral nos órgãos públicos.


Ao conceituar o assédio moral, o professor mencionou a importância em discutir o tema enquanto assédio institucional. Para ele, a política que está sendo construída nas instituições o utiliza como uma ferramenta de gestão. Não existem, hoje, mecanismos de combate e até de avaliação de como o assédio acontece. “Ele atua sobre o desenvolvimento psíquico e por isso temos uma dificuldade muito grande de caracterizá-lo. Até mesmo o indivíduo acredita que o problema seja ele e se sente inadequado no seu local de trabalho”, afirmou. Para Künzle, o principal obstáculo enfrentado é a falta de estruturas que sejam capazes de acolher o indivíduo que sofre o assédio para quebrar esse tipo de situação e lutar contra os modelos de gestão e de trabalho que são impostos no serviço público. Segundo o professor, “há uma estrutura, um modelo neoliberal que está oprimindo e se tornando prática corrente nas relações de trabalho”.


Aposentadoria é a solução?

Para Kunzle, existe uma estrutura dentro das instituições e empresas que facilita o assédio moral. O trabalhador transfere a colegas (subordinados) as cobranças que sofre e, nesse sentido, a instituição é corresponsável e permissiva. O indivíduo que tem uma relação mais dedicada ao trabalho acaba mais propenso a adoecer. Não cabe, em muitos casos, a aposentadoria. Muitas vezes, a pessoa está apta para trabalhar, mas não naquele local. “O trabalhador é jogado em uma aposentadoria e acaba tendo uma perda significativa do salário”, destacou.


Assédio no espaço público

Künzle explicou que o assédio não acontece apenas no espaço privado e, hoje, está cada vez mais integrado ao espaço público. Isso se dá porque o trabalho está mais intenso e denso. Há uma noção de que o tempo tem que ser integralmente útil. Não há pausa para o respiro. A solução seria a criação de mais espaços para fugir da estrutura de poder. “Não devemos aceitar nenhum tipo de ranqueamento ou quantificação das relações de trabalho”, complementou. Outro fator contribuinte para o adoecimento docente é a exigência de uma grande produtividade científica para progredir na carreira docente.


Solução

O professor explicou que o governo vê como solução a parceria público-privada. Porém, essa é uma maneira de transferir dinheiro para as empresas privadas e não resolve os problemas de saúde do trabalhador. Para ele, é fundamental que os trabalhadores entendam o sindicato como ponto de amparo. “O sindicato tem que assumir esse papel de acolhimento e essa relação com o trabalhador é fundamental”, mencionou. O trabalhador, dentro dos sindicatos, deve se contrapor a essa política e estrutura de poder existentes nas instituições e levar o tema à luta política.


Assessoria ADUFPel 


Foto: Assessoria ADUFPel 

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