Atos marcam luta em defesa dos Hospitais Universitários
A quarta-feira (17) foi marcada por atos, em diversas universidades pelo país, em defesa dos Hospitais Universitários, contra a privatização da saúde pública e pela revogação dos contratos com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) – empresa criada pelo governo para privatizar os HU.
A manifestação, parte da agenda de greve da Fasubra, foi organizada pelo Comando Nacional de Greve dos servidores técnico-administrativos e contou com a adesão dos docentes federais das seções sindicais do ANDES-SN, conforme orientação do Comando Nacional de Greve do Sindicato Nacional. Tanto técnicos quanto docentes estão em greve desde 28 de maio.
Em Brasília, o CNG do ANDES-SN integrou o ato organizado pelo Sindicato dos Técnicos da UnB (Sintfub), que teve também a participação do CNG da Fasubra. Durante o ato, que partiu em passeata da praça Chico Mendes, na Universidade de Brasília (UnB) em direção ao Hospital da UnB (HUB), os manifestantes dialogaram com a população nas ruas, alertando para os ataques à saúde e educação públicas promovidos pelo governo e para a necessidade de fortalecer a luta em defesa dos HU.
Falando pelo CNG do ANDES-SN, Katie Lane, professora da Universidade Federal Fluminense (UFF), ressaltou que a luta conjunta de docentes, técnicos e estudantes conseguiu barrar a adesão da UFF à Ebserh. “Lá a Ebserh não conseguiu entrar e não vai conseguir porque a gente vai continuar na luta. Hoje [17], temos ato também em frente ao Hospital Antônio Pedro da UFF, para garantir que a Ebserh vai ficar de fora, porque a gente não vai entregar para a iniciativa privada os direitos básicos dos trabalhadores e trabalhadoras desse país”, contou.
Diversos técnicos trabalhadores dos HU denunciaram os desmontes promovidos pela Ebserh nos serviços dos hospitais universitários oferecidos à população e também nas atividades de extensão e prática dos cursos da área de saúde. Em alguns hospitais faltam materiais de insumo, em outros, cursos como Nutrição e Fonoaudiologia foram retirados das dependências hospitalares.
Na avaliação de Katie Lane, a atividade foi muito positiva. “O ato serviu para marcar a unidade da luta entre as diversas categorias, porque em várias universidades há a greve unificada. Marcou também a posição contrária à Ebserh e de crítica à privatização da educação e da saúde. Mesmo na UnB já tendo aderido à Ebserh – o que não ocorre na UFF porque conseguimos barrá-la – é importante continuarmos na luta e mostrarmos que não aceitaremos que nossos direitos básicos de cidadãos sejam vendidos”, comentou a docente.
Segundo Mário Guimarães Junior, diretor nacional da Fasubra e membro do CNG, a mobilização dos técnicos está muito forte. “O ato é nacional, e a orientação é que hoje ocorressem atividades em todo o país, nas universidades onde existem hospitais universitários. A greve começou numa crescente e do dia 28 para cá já se fortaleceu muito. Avaliamos, nessa semana, que a nossa greve já está conseguindo afetar diversos setores das universidades como, por exemplo, as matrículas do Sisu e o atendimento em alguns HU, como é o caso da Universidade Federal de Goiás, que só está atendendo urgência e emergência”, contou.
Em relação Sistema de Seleção Unificado (Sisu), os técnicos das universidades federais de Juíz de Fora (UFJF), do Rio de Janeiro (UFRJ), do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) e de Ouro Preto (Ufop) já decidiram que não irão tramitar as matrículas.
Ainda segundo o representante da Fasubra, o CNG dos técnicos iria realizar intervenção nesta quinta-feira (18) no aeroporto de Brasília (DF) para panfletar junto à população e aos parlamentares que regressam aos seus estados, explicando as razões da greve e solicitando apoio à luta. Também estão previstas para as próximas semanas atividades conjuntas com os docentes e estudantes.
Em relação à abertura de diálogo com o governo, Mario Guimarães Junior explicou que a postura do governo não se alterou. Ou seja, até o momento não houve sinalização de resposta à pauta da categoria. “Antes da nossa greve não o Ministério da Educação não apresentou nenhuma resposta efetiva. Na última reunião, o próprio governo reconheceu que não teve negociação efetiva com a Fasubra. Após a deflagração da nossa greve, o Ministro Janine declarou que está a disposição anos receber, mas até agora não fomos chamados para negociar”, disse.
Greve dos docentes federais
A greve dos docentes federais segue se ampliando, e já conta com a adesão de 33 seções sindicais do ANDES-SN (confira a lista). Devido a pressão do movimento, a Secretaria de Ensino Superior do MEC (Sesu/MEC) convocou uma reunião com o ANDES-SN para a próxima terça-feira (23). Saiba mais aqui.
Fonte: ANDES-SN