28 de junho é o dia mundial do orgulho de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros (LGBT). A data escolhida é em razão da Revolta de Stonewall, que foi uma série de manifestações de membros da comunidade LGBT contra uma invasão da polícia de Nova Iorque ao bar Stonewall Inn em Manhattan, Estados Unidos, no dia 28 de junho de 1969. 47 anos depois de muita luta pelos direitos civis, a comunidade LGBT se depara com um novo ataque, o massacre em Orlando no dia 12 de junho deste ano, que deixou 49 mortes e dezenas de feridos. Aqui no Brasil, além da retirada de direitos básicos da comunidade LGBT, a cada 28 horas um LGBT é assassinado no país.

Para marcar o dia de luta, dois atos foram realizados nas cidades de São Paulo e no Rio de Janeiro, convocados pela CSP-Conlutas – central à qual o ANDES-SN é filiado, reunindo centenas de manifestantes. Em São Paulo (SP), o ato com o tema “49 de Orlando, não esqueceremos” teve início às 19h no Vão do Masp, na Avenida Paulista. Foi o segundo ato realizado em solidariedade as vítimas de Orlando. O primeiro ocorreu no dia 15, e reuniu mais de 600 pessoas. Já no Rio de Janeiro (RJ), manifestantes fizeram uma passeata da Candelária até a Câmara dos Vereadores, na região central da cidade, com o objetivo de resgatar o espírito de luta de Stonewall e em memória das vítimas de Orlando.

Gean Santana, 1º vice-presidente da Regional Nordeste III e um dos coordenadores Grupo de Trabalho de Política de Classe para as questões Etnicorraciais, de Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS) do ANDES-SN, afirma a importância da visibilidade deste dia, para além da celebração, como forma de reforçar a luta diante da atual conjuntura do país, que é de retrocesso e de retirada de direitos fundamentais.  "Seja na quantidade assustadora de estupros, seja no extermínio da juventude negra, dos povos indígenas e quilombolas, seja nos últimos casos de assassinatos contra LGBTs, é preciso relembrar o espírito de revolta e de luta de Stonewall na perspectiva de reverter essa brutalidade sobre nossos corpos”, enfatizou.

O coordenador do GTPCEGDS do Sindicato Nacional listou, também, a violência que ocorre diariamente no mundo inteiro contra a população LGBT. “Foram 49 executados em Orlando no dia 12 de junho e, no mesmo dia, foi encontrado um casal de professores carbonizados na porta malas de um carro, no interior da Bahia. Só nesta semana, uma travesti foi morta em Salvador e outra no Rio de Janeiro. Estamos falando apenas dos casos que chegam ao conhecimento público”, aponta.

47 anos de Stonewall, uma lição a ser retomada

Stonewall era um bar frequentado majoritariamente por gays, lésbicas, travestis e drag queens. Nos Estados Unidos ,em 1969, “atos homossexuais”, assim descritos, eram ilegais em todos os estados americanos, exceto Illinois, o que era motivo pra forte repressão policial aos frequentadores da área de Greenwich Village, local onde se concentrava boa parte da população LGBT nova-iorquina. No dia 28 de junho, após uma ação policial violenta e prisões arbitrárias, os membros da comunidade LGBT iniciaram uma revolta contra a polícia, que resultou em protestos por seis dias consecutivos.

49 de Orlando, Não esqueceremos!

Na madrugada do dia 12 de junho de 2016, um massacre ocorreu na boate Pulse, em Orlando, Estados Unidos. 49 pessoas foram assassinadas e dezenas ficaram feridas, no maior ataque armado da história dos EUA. A motivação do assassino foi a LGBTfobia.

Com informações e imagem de CSP- Conlutas

Fonte: ANDES-SN