Blocos levam política e crítica social ao carnaval de Pelotas
O carnaval é símbolo de luta e resistência, faz parte da construção de uma identidade da população negra e é objeto de manifestação popular. Essa tradição vem sendo resgatada e tem ocupado um espaço de evidência nos últimos anos. Com tantos ataques à democracia, retirada de direitos e avanço da repressão contra os trabalhadores, a festividade transformou-se, também, em um espaço de denúncia e protesto.
Em Pelotas, a exemplo disso, dois blocos de carnaval vão às ruas este ano sob uma perspectiva de crítica social: os blocos da Integração – Saúde e Educação e da Ursal. Diego Gonçalves, assistente social e militante das lutas sociais, é um dos colaboradores desses blocos. Em entrevista concedida à ADUFPel, fala sobre a importância do carnaval como um instrumento de resistência política e da cultura popular. Confira no vídeo abaixo:
História dos blocos
Sob esse olhar crítico, o bloco da Integração – Saúde e Educação, com 20 anos de história, surgiu da organização de funcionários de escolas e hospitais. Com o tempo ampliou-se e abarcou pessoas não só dessas áreas, mas que têm por princípio levar à passarela do samba a bandeira de defesa dos direitos dos trabalhadores.
E, em 2019, em um momento de efervescência política por conta das últimas eleições presidenciais, surgiu a ideia de criar o bloco da Ursal. O bloco, mais espontâneo e despretensioso, acabou fazendo sucesso e foi mais uma oportunidade de abordar temas que borbulhavam na sociedade brasileira sob uma perspectiva crítica.
O bloco da Ursal irá novamente pular o carnaval este ano no dia 2 de março, no largo do Mercado Central, a partir das 13h. Com a temática de “Apesar de você” abordará a luta contra todas as formas de opressão e o fascismo. Para participar, conforme é descrito no evento criado no Facebook, basta “ser contra o crescimento desgovernado do fascismo”. Já, o bloco Integração – Saúde e Educação desfila na passarela do samba em 27 de março, às 22h.
Assessoria ADUFPel