Bolsonaro coloca militar à frente do MEC
Na tarde desta quinta-feira (25), o presidente Jair Bolsonaro nomeou Carlos Alberto Decotelli da Silva para o cargo de ministro da Educação. O novo chefe da pasta é o nono militar indicado para o grande escalão do governo.
Financista e oficial da Reserva da Marinha, Decotelli é uma surpresa para o cargo. O seu nome não estava entre os mais cotados para assumir a educação, o que pode ter sido uma estratégia do presidente para diminuir o volume das críticas.
Decotelli da Silva será o primeiro ministro negro do atual governo, além de ser o terceiro ministro em menos de dois anos à frente da pasta. Na gestão Vélez, Decotelli presidiu o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) por quatro meses.
Perfil economicista
Assim que tomaram conhecimento do novo ministro, movimentos sociais e entidades demonstraram preocupação com o seu alinhamento ao projeto de privatização da educação pretendido por Paulo Guedes. Há críticas também por seu nome ter sido tutelado pela ala militar do governo.
Ao ser questionado sobre como pretende exercer sua função, o novo ministro afirmou que pretende fazer uma gestão pautada no diálogo. 'Não tenho nem preparação para fazer discussão ideológica, minha função é técnica', disse, ao pontuar que pretende estabelecer relacionamento estreito com estados e municípios para traçar a retomada das aulas e que irá conversar com o Congresso na articulação do Fundeb. "Minha visão é transformar o ambiente da política educacional em ambiente de sala de aula, e na sala de aula conversamos", concluiu, em entrevista concedida ao jornal O Globo.
Para Antonio Gonçalves, presidente do ANDES-SN, o perfil do novo ministro demonstra, explicitamente, o viés que pouco a pouco vai prevalecendo no Ministério da Educação. ''É um viés economicista e militar para conduzir um bem social, um direito conquistado. Certamente, distante do projeto de educação que defendemos, será mais um a desestruturar a educação superior pública'', comenta.
Currículo
Decotelli é bacharel em Ciências Econômicas pela UERJ, Mestre pela FGV, Doutor pela Universidade de Rosário, Argentina e Pós-Doutor pela Universidade de Wuppertal, na Alemanha. Professor de Finanças Nacionais e Internacionais, Análise de Investimentos, Mercado de Capitais e Derivativos, já deu aulas na Fundação Getúlio Vargas (FGV), IBMEC, Febraban e Fundação Dom Cabral.
Fonte: ANDES-SN
Com edição e inclusão de informações de Assessoria ADUFPel
Imagem: Reprodução/Facebook