Calendário e orçamento são temas da reunião entre Reitoria e ADUFPel
Em
encontro ocorrido ontem (6), representantes da ADUFPel indagam Reitoria sobre
cortes orçamentários e sobre a manutenção do calendário
acadêmico
No início da tarde de ontem (6), a ADUFPel esteve em
reunião com a Reitoria. O encontro foi decidido na assembleia geral do dia 5, na qual os professores deliberaram por protocolar um novo documento solicitando esclarecimentos quanto ao orçamento destinado à Universidade Federal de Pelotas (UFPel)
para o ano de 2015. O documento também pontua o repúdio à manutenção do
calendário acadêmico para o
segundo semestre letivo.
Os professores Henrique
Mendonça e Júlio Spanó, representando a seção sindical, foram recebidos pelo
reitor, Mauro Del Pino, e pelos pró-reitores Luciano Volcan Agostini e Sérgio Eloir
Teixeira Wotter. Del Pino informou que o documento não foi respondido
pela administração da universidade no tempo previsto devido à falta de Técnico-Administrativos em
Educação (TAE) e, também, porque as pró-reitorias e a própria Reitoria estavam em
viagens. Entretanto, comprometeu-se em tentar respondê-lo até a próxima
segunda-feira (10), data em que ocorre assembleia da categoria docente.
Calendário
Acadêmico
Os professores questionaram se seria possível iniciar o
segundo semestre, já que a greve dos TAE está em andamento e a chamada oral
para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) não foi realizada. Mauro afirmou
que a decisão não partiu da Reitoria, mas em grande parte dos próprios
estudantes, através do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cocepe) e do Diretóio
Central dos Estudantes (DCE). A ADUFPel questionou a informação, já que a
representação dos alunos no Cocepe é de dois estudantes e o DCE não realizou
assembleia para definir o posicionamento dos estudantes. Del Pino também
afirmou que os professores apoiaram a manutenção do calendário, fato que também
foi contestado, pois se refere a uma decisão dos coordenadores de curso.
Até então, está mantido o início às aulas para o dia 10,
mas o calendário será dividido em dois, pois a chama oral para o Sisu só será
realizada após o fim da greve dos TAE. “Temos que fazer a segunda chamada. De
1080 vagas, há 88 alunos do SISU no primeiro ingresso. Temos mais de mil vagas abertas
dos calouros da UFPel. Então, concretamente, nós teremos dois calendários
letivos. Um que começa nessa segunda-feira e o dos calouros, que está em
aberto”, afirmou o reitor.
A deliberação da administração da UFPel fere a posição da ASUFPel. O sindicato dos TAE manifestou desaprovação e denunciou o
assédio moral institucionalizado que vêm sofrendo, inclusive, em matérias
veiculadas pelo site da UFPel. Também diz que é ilegal o início do segundo
semestre, já que sem servidores intérpretes, os alunos com deficiências não têm
como assistir às aulas e podem abandonar os cursos. “Os TAE entendem que o
calendário acadêmico deveria ter sido suspenso. Como está mantido o início das
aulas para o dia 10 de agosto, a categoria se preocupa, pois teme que tal
atitude possa acarretar outros problemas no retorno das atividades”, afirma
Aldrovando Jorge, assessor do órgão.
Outro ponto em discussão foi a realização das matrículas
pelos docentes. Tanto para a ADUFPel quanto para a ASUFPel, isso configura
desvio de função. A Reitoria diz que nunca pediu para os professores efetuarem
matrículas. “Nós não vamos substituir a força de trabalho dos técnicos por
ninguém”, afirma Mauro.
Orçamento
A administração da UFPel informou que o capital para o ano
de 2015 ainda não foi confirmado. Há, até então, o corte de 10% nos recursos de
custeio e 47% nos recursos de capital. A informação definitiva sobre orçamento
deve sair ainda em agosto, depois de terminado o relatório das reuniões entre
reitorias e Ministério da Educação (MEC).
Mas já é possível afirmar que muitas coisas irão mudar. “Concretamente,
especialmente em obras, cujo corte foi muito maior, nós já desistimos de muitos
sonhos. Vários projetos, até por causa greve, sabemos que não vamos dar
sequência. O projeto do esgoto do Capão do Leão não vai acontecer, do esgoto
daqui [Anglo], da urbanização do Capão, a reforma de parte da Brahma não vamos
fazer mais, recuperação do CIM [Centro de Integração do Mercosul], e assim
vai”, aponta Mauro Del Pino. A ideia, assim, é manter o que é essencial, como a
Casa do Estudante, o Restaurante Universitário e espaço de convivência do
Anglo, a biblioteca do Instituto de Ciências Humanas (ICH), o aulário
do Capão e o hospital, para o qual houve o recebimento de uma verba específica.
A resposta efetiva ao documento protocolado deve vir em
breve. “Nós fizemos a carta e divulgamos para os docentes. As pessoas estão
cobrando da gente e não temos a resposta. A ideia que surgiu na nossa
assembleia é de continuarmos insistindo e dialogando com os professores sobre a
questão, porque os relatos que são feitos na ADUFPel são diferentes. As pessoas
chegam lá dizendo que não há condições de começar o semestre”, disse Henrique
Mendonça, diretor da ADUFPel, pedindo que esses esclarecimentos sobre o orçamento
sejam feitos o quanto antes. A administração comprometeu-se em dar resposta o
quanto antes. Siga nosso site e redes sociais para acompanhar a situação.
Para ler a carta protocolada no dia 17 de julho, clique aqui.
O documento protocolado ontem (6) pode ser acessado aqui.
Assessoria ADUFPel
Foto: Assessoria ADUFPel