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Com orçamento reduzido, entidades lutam para manter o carnaval de Pelotas

O carnaval de rua de Pelotas perde um pouco de sua força a cada ano. A festa não é mais a mesma e as entidades carnavalescas lutam para trazer de volta a beleza e a alegria do carnaval, que já foi considerado o terceiro melhor do país. Com o orçamento enxugado há cinco anos, em 2020 apenas quatro das principais escolas de samba irão desfilar, além dos demais blocos e bandas. 

A festividade de grande relevância social, histórica, cultural e artística continua sofrendo as consequências da decisão tomada pela Prefeitura - na época sob a gestão de Eduardo Leite (PSDB). Em 22 de setembro de 2015, a administração municipal anunciou um corte de 85% no orçamento para o carnaval de 2016, o que representou a redução de cerca de R$ 2,1 milhões. A decisão da gestão pegou de surpresa as entidades carnavalescas, que até então estavam se preparando para o maior evento de cultura popular da cidade.

Desde então, o orçamento segue reduzido e, hoje, de acordo com o presidente em exercício da Associação dos Carnavalescos de Pelotas (Assecap), Jorge Parada, o valor repassado para a Assecap é de R$ 350 mil. “A Prefeitura aplica R$ 350 mil no carnaval de rua de Pelotas. Esses são destinados às entidades em forma de subvenção. De lá para cá, não aumentou nada. Só os preços das coisas que aumentaram e vem aumentando quase que diariamente. Então, a gente tem que reinventar. Se faz promoção durante o ano para aplicar no carnaval”, declarou. 

Em 2016, a Assecap tentou negociar o orçamento para o carnaval, assim que foi anunciado o corte, mas não conseguiu reverter a situação. “A Prefeitura, na época, disse que iria olhar com bons olhos. A gente está aguardando uma resposta positiva e até hoje não foi nos dada. Vamos então fazer o carnaval com o que se tem. Não tem o que fazer”. 

Escolas deixam de desfilar

Segundo o dirigente, as entidades filiadas à Associação tiveram também que enxugar. Sucateadas, muitas fecharam as portas e apenas quatro das escolas de samba principais irão desfilar neste ano. “Se faz do limão uma limonada ou, caso contrário, terminar com o carnaval. E não é essa a missão nossa. A nossa missão é querer que o carnaval fique como era antigamente: atraía turistas, contribuía para a rede hoteleira de Pelotas, gerava emprego e renda. Isso é muito importante para nós e não queremos deixar essa chama apagar”, afirma. 

Das escolas principais, irão desfilar apenas: General Telles, Unidos do Fragata, Academia do Samba e Estação Primeira do Areal. “As demais faltou incentivo financeiro. O tempo foi absorvendo elas pelo lado financeiro”, ressalta Parada. Segundo ele, cada escola recebe R$ 50 mil para preparar o desfile, mas na prática, para colocar a escola na rua, chega a custar o triplo do valor. “Hoje, a própria escola tem que financiar o folião porque senão não tem gente para sair [desfilar]. E tem um número mínimo para cada escola desfilar: 250 pessoas”, conta. 

Décadas de história

O carnaval de Pelotas tem seus primeiros registros no ano de 1870, quando os principais clubes da cidade desfilavam com as bandas. O auge do evento ocorreu entre as décadas de 60 e 80, quando foi considerado o terceiro maior carnaval do Brasil. 

A festividade abriga entidades carnavalescas de cinco categorias diferentes: escolas de samba adultas e mirins, blocos infantis e burlescos e bandas carnavalescas, movimentando a cultura e a economia de todas as regiões da cidade. Além disso, envolve, principalmente, as comunidades periféricas, que carecem de infraestrutura de habitação, de políticas públicas de geração de renda e de preceitos básicos para a subsistência, como alimentação e saneamento adequado. 

Futuro do carnaval

Parada acredita que no futuro algumas categorias serão banidas por falta de verba pública. “Com certeza não irão resistir ao apelo financeiro e outras seguirão, mas eu queria ver o carnaval como era o antigo, com aquelas disputas que parecia um BraPel, e isso era o que fazia o folião ser mais unido e participativo para com a sua entidade”. 

O dirigente ainda convida todos a participarem da próxima edição do carnaval, que ocorrerá apenas no final de março, por solicitação da produtora responsável à Secretaria de Cultura (Secult). O adiamento acontece devido ao altos preços cobrados na contratação de infraestrutura e foi acatado pelas entidades carnavalescas. 

“Nos ajude, não deixe essa chama morrer porque o carnaval, queira ou não queira, é a nossa alegria. É a alegria do brasileiro, não só a do pelotense. A gente trabalha com astral otimista pensando num bom carnaval para vocês. De 27 a 29 de março, estaremos na passarela do Porto esperando por vocês”, conclama Jorge. 

Assista, abaixo, o vídeo da entrevista realizada pela ADUFPel-SSind com o presidente em exercício da Assecap, Jorge Parada: 



Assessoria ADUFPel

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