Frente ao anúncio da demissão de cerca de 25% da categoria de terceirizadas/os da UFPel, a comunidade acadêmica realizou hoje um protesto. Na tentativa de reverter os desligamentos, as entidades representativas da Universidade (ADUFPel-SSind, ASUFPel e membros da chapa eleita do DCE), junto ao sindicato dos vigilantes, reuniram-se no campus Anglo para pressionar a reitoria a anular a decisão e discutir junto à comunidade possíveis soluções e enfrentamentos aos cortes orçamentários. Além disso, pediram um posicionamento mais firme da administração em relação à contrariedade ao contingenciamento na educação pública.

O ato aconteceu após a gestão da UFPel anunciar que na segunda-feira (24) seriam demitidos mais 52 vigilantes terceirizados da instituição. Para o presidente do Sindicato dos Vigilantes de Pelotas e Região, Marcelo Puccinelli, a categoria dos vigilantes sempre é penalizada em cenários de crise. “A nossa categoria vem sofrendo muito. Já houve demissões na UFPel e agora nos preocupou mais ainda a redução de mais de 50 trabalhadores. Isso não afeta só a nossa categoria, afeta os alunos, professores e funcionários”.

Além da preocupação com a segurança de estudantes e trabalhadoras/es da Universidade, os manifestantes pontuaram os estragos que as demissões irão acarretar para as famílias destas/es terceirizadas/os. “Nos colocamos ao lado dos trabalhadores, que terão o sustento das suas famílias em risco”, disse Renato Salaberry, integrante da chapa eleita para o DCE.

Outro ponto levantado foi a importância da união entre as categorias de trabalhadoras/es da universidade e a comunidade de estudantes, não só em relação às demissões de terceirizadas/os, mas em relação ao cenário de desmonte da universidade pública e gratuita. “Nós temos que enfrentar coletivamente, com os trabalhadores terceirizados, formando uma luta unificada contra os ataques do governo, a retirada de direitos e os ataques à educação”, pontuou a presidenta da ADUFPel-SSind, Fabiane Tejada.

Diálogo com a reitoria

Após o ato, as/os presentes se encaminharam ao gabinete do reitor para uma tentativa de diálogo,sendo recebidos pelo reitor em exercício, Luís Amaral, e pró-reitores. Entre os diversos questionamentos, indagaram o porquê da nota lançada pela reitoria no dia de ontem afirmar que a “economia de recursos, [...] terá impacto positivo para as atividades fins da Universidade” e o porquê de não terem realizado um diálogo amplo com a comunidade acadêmica para definirem as prioridades da UFPel neste momento de cortes orçamentários.

A administração da UFPel, além de reiterar a gravidade do rombo orçamentário na Universidade, assinalou a colocação de câmeras como uma alternativa às demissões, o que é rebatido pela categoria dos vigilantes. “O sistema de monitoramento [por câmeras] nós entendemos que ajudariam o trabalhador, mas não substituiriam o trabalhador. Nós gostaríamos que houvesse monitoramento para auxiliar, mas não para os substituir”, afirmou o presidente do sindicato de vigilantes, Puccinelli.

Como desdobramento do ato e da conversa com a reitoria, ficou agendada para a semana que vem uma reunião entre a administração e o sindicato de vigilantes. Os pró-reitores e vice-reitor assinalaram que ainda é incerto se os avisos prévios serão entregados na segunda-feira, como havia anunciado nesta semana. Afirmaram, ainda, que esta informação será divulgada em breve. A ADUFPel-SSind seguirá acompanhando a situação e colocando-se como parceira de luta das/os terceirizadas/os.

Assessoria ADUFPel

Fotos: Assessoria ADUFPel