Comunidade universitária da UFPel reforça a luta contra cortes orçamentários
Os três segmentos da UFPel (docentes, técnico-administrativos e estudantes) reuniram-se ontem (02), em duas assembleias conjuntas, para debater os cortes orçamentários impostos pelo governo federal e desenvolver ações de enfrentamento. Entre as principais deliberações está a criação de um comitê, integrado pelas entidades, para acompanhamento da crise na Universidade.
A primeira assembleia ocorreu pela manhã, no campus Anglo. Os diretores da ADUFPel-SSind, Renato Waldemarin e Fabiane Tejada compuseram a mesa junto a representantes da ASUFPel e DCE. Fabiane destacou, em sua fala, o atual cenário político e defendeu a ampliação da luta contra o arrocho e a retirada de direitos. “Nós precisamos ampliar a luta, estar mais vezes reunidos, em maior número na rua para defender essa Universidade, que está em vias graves de precarização. Nós sabíamos que isso ia acontecer. Não é de hoje que os sindicatos vêm anunciando isso. Nós sabíamos que iam faltar recursos e precisamos mais do que nunca debater sobre isso e construir coletivamente alternativas para manter a Universidade pública e gratuita que está ameaçada.”
Fabiane também reforçou o apoio da categoria docente à luta dos servidores públicos do estado que estão em greve desde terça-feira (1º). Esta é a segunda greve do ano e a terceira durante o governo Sartori contra o parcelamento dos salários – o 20º da gestão e o 18º consecutivo em 31 meses de governo. A paralisação acontece até amanhã (sexta-feira), quando uma nova reunião discutirá se o movimento terá continuidade.
Comunidade exige maior diálogo com a reitoria
Ao final da assembleia, a comunidade universitária foi ao gabinete da reitoria cobrar explicações acerca das medidas adotadas pela gestão sobre a situação orçamentária da Universidade. Em conversa com o vice-reitor, Luís Centeno do Amaral, foi reivindicada uma abertura maior de diálogo sobre a distribuição de recursos para decisões conjuntas no desenvolvimento de estratégias de ação.
O vice-reitor explicou que há uma expectativa de descontingenciamento dos recursos para as universidades. No dia 8 de agosto, em reunião da Andifes, será apresentada a decisão orçamentária para o ano. A tentativa é, segundo o vice-reitor, tentar garantir que o orçamento para 2018 seja igual ao de 2017, mais a inflação.
Durante a noite, o debate aconteceu no auditório do prédio do Direito da UFPel. O vice-reitor, Luís Centeno do Amaral, a convite da comunidade universitária, participou da assembleia.
Deliberações
Entre as pautas aprovadas nas assembleias estão:
- a criação de um comitê das três entidades para acompanhamento da crise na UFPel, o qual poderá agregar movimentos sociais à discussão;
- discussão da crise nas unidades acadêmicas, com apoio do comitê supra citado;
- posicionamento contra a proposta do Cocepe de minuta de carga horária docente, atentando para a necessidade do respeito ao tripé ensino/pesquisa/extensão;
- construção de um dia de luta conjunto, em 11 de agosto;
- moção de apoio à Unila, que está ameaçada de extinção;
- moção de apoio à UERJ, que suspendeu suas atividades;
- moção de apoio à greve dos servidores estaduais;
- moção contra o Marco de Ciência e Tecnologia;
- moção de apoio ao Rafael Braga, preso injustamente nas manifestações de junho de 2013, entendido como um caso de seletividade da justiça.
Assessoria ADUFPel
Fotos: Assessoria ADUFPel