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Notícia

Contra corte de 44% no orçamento, ocupação do campus de Jaguarão da Unipampa permanece

O movimento unificado de ocupação do campus de Jaguarão da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) continua e completou quatro dias hoje. A comunidade acadêmica posiciona-se contrária ao corte de 44% no orçamento da Universidade, anunciado na sexta-feira (13). A medida pode representar a inviabilização do funcionamento da instituição. Somente no campus de Jaguarão, caso os cortes sejam efetivados, devem ocorrer demissão de 11 trabalhadores terceirizados. Além disso, obras podem ser paralisadas na Unipampa. Entre estas, a da Casa do Estudante, que estava prevista para acabar ainda em 2016.

A ocupação do prédio da Unipampa em Jaguarão iniciou na última quinta-feira (12), devido aos cortes, à iminência das demissões dos terceirizados e à forma como a reitoria vem tratando a questão. No dia 13, após a reunião que definiu o corte de 44% do orçamento da Universidade, o movimento realizou plenária e decidiu permanecer ocupando o campus da instituição.

 

Reivindicações

Estão entre as reivindicações do movimento: que as demissões dos trabalhadores terceirizados não ocorram e que seus direitos sejam respeitados, já que ocorrem uma série de descumprimentos trabalhistas (trabalhadores da portaria, por exemplo, não recebem vale alimentação há quatro meses), além de que a reitoria cumpra o papel de fiscalização dos contratos celebrados; que as pautas do movimento estudantil sejam atendidas, garantindo a permanência aos estudantes, e que a reitoria se posicione oficialmente contrária aos cortes frente ao Ministério da Educação e Cultura (MEC) e à Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).

“A luta vai continuar e essas demissões não irão passar. Mas não é só pelas demissões, é porque a universidade está sendo inviabilizada. Por exemplo, uma pauta histórica no movimento estudantil é a Casa do Estudante. A construção da Casa foi uma conquista nossa, mas agora a obra, que estava avançada, paralisou”, pontua o estudante do curso de história Allan Cereda. Para o discente, existem dois discursos em jogo e em disputa. Um é o da reitoria, que alega a tentativa de jogar com os cortes. Outro é o do movimento, que decide por lutar para que a universidade pública não sofra o desmonte.

A Seção Sindical dos Docentes da Unipampa (Sesunipampa) e Sindicato dos Servidores Técnico-administrativos em Educação da Unipampa (Sindipampa) também integram o movimento, posicionando-se contrários à demissão dos trabalhadores terceirizados. Caiuá Cardoso Al-Alam, diretor da Sesunipampa, afirma: "exigimos uma posição pública do reitor da universidade condenando a política de desmantelamento da educação pública, como ontem se comprometeu a fazer. Apoiamos e estamos juntos na ocupação do campus Jaguarão”. Cristiane Ricordi, do Sindipampa, aponta: “nós continuamos mobilizados junto aos trabalhadores, cobramos um posicionamento da reitoria e somos totalmente contra o corte dos trabalhadores e trabalhadoras terceirizados”.

 

Atividades seguem

Desde o início da ocupação, o Bloco de Lutas pela Educação Pública, como se intitula o movimento, realizou uma série de atividades, sendo que as reuniões de avaliação da luta são diárias e a organização do prédio que ocupam constante. Hoje de tarde, teve início plenária com o pró-reitor de Assuntos Estudantis e Comunitários, Sandro Brugos. Brugos afirmou que os cortes acontecem desde de 2014 e que a gestão da reitoria que se iniciou em janeiro não tem responsabilidade pela situação deficitária em que a Unipampa se encontra.  “Isso é verticalizado. Em 2014 iniciaram os primeiros cortes na educação, nenhuma providência foi tomada. Em 2015 se aprofundaram (...) a gente já recebeu a universidade com déficit e a nossa preocupação hoje é não deixar esse déficit se aprofundar”, disse.

Até o fechamendo da apuração desta matéria, a plenária não havia acabado. Pela noite, ainda acontece plenária do campus sobre os cortes, da qual o Bloco de Lutas fará parte.

A ADUFPel-SSind está solidária ao movimento em defesa da educação pública e seguirá acompanhando e noticiando os desdobramentos.     

 

Assessoria ADUFPel

Foto: Bloco de Lutas pela Educação Pública

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