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Coronavírus na América Latina: enquanto países tomam medidas rígidas, Bolsonaro põe em risco milhões de brasileiros

Está previsto para os próximos dias e semanas um crescimento acelerado do Coronavírus (Covid-19) na América Latina. Dados indicam que a pandemia aumentará em ritmos semelhantes aos da Ásia e da Europa. Porém, a América Latina sofrerá as consequências do Coronavírus de maneira diferente, já que muitos países sofrem com as políticas neoliberais de governos de extrema-direita, o que têm impacto negativo em diversos setores públicos, especialmente em saúde e educação. No Brasil, a situação não é diferente.

A América Latina enfrentará a crise com menos recursos, menos leitos e médicos por pessoa. No entanto, poderá amenizar os impactos do vírus com medidas preventivas de isolamento social, tendo como exemplo os fracassos que levaram países como a Itália, por exemplo, a atingir números alarmantes de casos. 

Apesar do surto estar em estágios iniciais por aqui, praticamente todos os países da região possuem casos confirmados, com a exceção de Belize. Enquanto diversos líderes de países latino americanos têm adotado medidas preventivas rígidas em relação ao Coronavírus, o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, não tem lidado com a situação com a gravidade necessária. Bolsonaro posiciona-se contra o isolamento mesmo com a confirmação de mais de 350 mil casos de Covid-19 e 15 mil mortes ao redor do mundo e, ainda, desconsidera que o Brasil é o local que apresenta maior número de casos da região: 2.587 infectados e 61 mortos. 

A estimativa, segundo dados da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), obtidos pelo The Intercept Brasil, é que o número de mortes pode chegar a 5.571 e os casos em 207.435 até o dia 6 de abril. Porém, grande parte dos casos poderá ainda ser revertida caso Jair Bolsonaro tome medidas mais rigorosas contra a pandemia. Se isso for feito, chegará a 2.062 mortes.

Jair Bolsonaro, mesmo tendo conhecimento dos dados, já que recebe relatórios frequentes da Agência, em pronunciamento realizado na noite de terça-feira (24) pediu que a população volte à “normalidade”. Além disso, apresentou até então diversas medidas que retiram direitos, agravam a situação e põem em risco a população: ampliação de cortes em bolsas de pesquisa; tentativa de diminuição dos salários de servidores durante a pandemia, de contratos de trabalho e de salários dos demais trabalhadores, entre outras. 

Como os demais países latino americanos lidam com a situação 

Na, Venezuela foram tomadas medidas rápidas para evitar a disseminação logo cedo. Em 15 de março, voos da Colômbia e Europa já estavam completamente suspensos e fronteiras marítimas e terrestres fechadas. Além disso, escolas fecharam, aulas foram suspensas e trabalhadores de serviços não essenciais foram dispensados. No dia 22, Nicolás Maduro anunciou que o Estado assumirá o pagamento dos salários dos trabalhadores de pequenas e médias empresas do setor privado pelos próximos seis meses. Nenhum trabalhador pode ser demitido até dia 31 de dezembro e ficam suspensas as cobranças das taxas de serviços de energia, água e gás.  

Na Argentina, desde o dia 20 de março, o governo de Alberto Fernández anunciou que todos devem permanecer em isolamento social obrigatório pelo menos até a próxima terça-feira (31), quando será reavaliada a situação. O governo enviou ao Congresso um projeto para congelar o valor dos aluguéis por 180 dias e proibir os despejos. Além disso, alocou fundos para garantir o apoio a negócios e trabalhadores que não irão trabalhar durante a pandemia e destinou mais recursos para o seguro-desemprego. 

O presidente da Colômbia, Ivan Duque, fechou todas as fronteiras do país por 30 dias a partir de 23 de março. Ainda, restringiu a movimentação interna no país e implementou toque de recolher.  

No Equador, apesar de ser um país menor, já possui mais mortes que a Colômbia e a Venezuela. São pelo menos 28. Devido a isso, o país está em estado de emergência, em quarentena e com toque de recolher há mais de uma semana. Também estão restritas viagens internacionais e nacionais. 

Em El Salvador, antes de ter caso confirmado de Covid-19, no dia 11 de março o presidente Nayib Bukele fechou as fronteiras para estrangeiros. E, em 18 de março, decretou quarentena e fechamento do comércio com apenas um caso no país. Além disso, suspendeu o pagamento de contas como água, eletricidade, telefone, internet, aluguéis, empréstimos e hipotecas.

Cuba, desde que apareceram os primeiros casos na China, em dezembro de 2019, começou a se preparar para evitar entrada da doença no país. O país reforçou a vigilância epidemiológica em portos, aeroportos e marinas internacionais. Nesses locais há pessoas responsáveis pelo controle sanitário que têm a obrigação de checar os passageiros que desembarcam. O país também enviou médicos para ajudar Itália no combate ao Coronavírus. No dia 21 de março, foi enviada uma brigada de 52 médicos e paramédicos cubanos, a maioria com experiência na luta contra o ebola na África. 

Honduras, Panamá e Costa Rica também fecharam suas fronteiras totalmente. 

Assessoria ADUFPel

Com informações e dados de El País, The Intercept Brasil, Brasil de Fato e Carta Capital.

Imagem de EBC.

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