Cpers decide por greve e escolas estaduais continuam ocupadas
Mais de três mil servidores estaduais, decidiram entrar em greve por tempo indeterminado a partir de hoje (13). Na terça-feira (10), as categorias haviam aprovado o indicativo. Além disso, estudantes e professores ocupam, desde quarta-feira (11), em Porto Alegre, escolas estaduais. Até o momento, pelo menos cinco foram ocupadas. Eles reivindicam melhores condições de ensino, contratação de funcionários e professores, melhor infraestrutura, pagamento dos repasses atrasados e fim do parcelamento dos salários dos servidores. A retirada do Projeto de Lei 44/16, que visa a privatização do ensino, com a proposta de permitir a interferência de Organizações Sociais dentro das escolas, também é exigida pelos estudantes e professores.
O Colégio Júlio de Castilhos, umas das maiores escolas estaduais do Rio Grande do Sul, foi ocupado na noite de ontem (12). Com as aulas suspensas, os alunos pretendem permanecer até as 19h de hoje. Em apoio aos professores e contra o governo de José Ivo Sartori, os estudantes protestam contra a precária estrutura do prédio, que sofre com infiltrações. Além disso, a falta de segurança e a necessidade de contratação de professores também fazem parte da pauta.
Já no Instituo Estadual de Educação Juvenal Miller, que foi ocupado na manhã desta sexta-feira, por cerca de 170 estudantes, não há prazo para a desocupação.
Medidas de Sartori aprofundam crise no estado
Desde o início da gestão, o governador Sartori vem apresentando uma série de medidas de “ajuste fiscal”. Conhecido como “Pacotaço”, o conjunto foi apresentado em etapas e prejudica ainda mais a população gaúcha, somando-se aos cortes orçamentários já realizados anteriormente pelo governo federal, gestão Dilma Rousseff. Entre as medidas, estão o parcelamento dos salários dos servidores, alteração no regime de previdência de futuros funcionários públicos e no tempo de serviço de servidores da Brigada Militar, a proposta de extinção de três fundações estaduais: Fundação de Esporte e Lazer (Fundergs), Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde (Fepps) e Fundação Zoobotânica, um acréscimo linear nas alíquotas de ICMS, entre tantas outras.
A ADUFPel-SSind se solidariza com a luta dos estudantes e professores das escolas estaduais de Porto Alegre. O atraso no pagamento dos salários dos servidores e no repasse de verbas às escolas, assim como o aumento das parcerias público-privadas nas instituições de ensino, contribuem para a precarização e mercantilização da educação. A mobilização é fundamental para que nossos direitos sejam preservados. A luta contra a precarização do ensino e por um projeto democrático de educação fazem parte do temas que serão debatidos no II Encontro Nacional de Educação (ENE), que acontece entre os dias 16 e 18 de junho, em Brasília.
Assessoria ADUFPel
Foto: Joana Berwanger/Sul21