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Cresce militarização nas escolas

Fardas azuis com boinas adentrando o prédio, saias de corte reto, sapatos sociais e continência sendo batida. Esse poderia ser o cenário de qualquer quartel militar, mas é apenas um dos Colégios Tiradentes da Brigada Militar (CTBM). Espalhado pelo estado, o colégio conta com sedes em Porto Alegre, Passo Fundo, Santa Maria, Ijuí, São Gabriel, Santo Ângelo, e também aqui, em Pelotas. Seguindo um modelo de educação espelhado nos moldes militares, quem ingressa no CTBM deve estar preparado para, se menino, andar com o cabelo quase raspado, e se menina, com tranças e coques. Independente do sexo, não é permitido colorir o cabelo e, muito menos, ter piercings. Aliás, aos que optarem pelo Colégio, estejam preparados para deixar as manifestações individuais e/ou ideológicas no portão: religião é uma matéria obrigatória na escola, independente se o adolescente é religioso ou ateu, por exemplo.

Esse sistema, além de reprimir a individualidade dos adolescentes, transformando-os em meros receptores de conteúdo, também é punitivo. Dentro do CTBM, existe o sistema de Comunicação Interna (conhecido como CI), que é como o Tenente pode ficar sabendo das infrações dos alunos. Dentro da CI, os estudantes têm direito a uma justificativa pelo erro cometido, e as punições variam de tarefas de recuperação disciplinar (limpar o Colégio na sexta-feira à tarde, quando não tem aula), advertência, suspensão de eventos e até a suspensão definitiva.

Acerca disso, as instituições comandadas pela Brigada promovem a hierarquização dos estudantes ao dividi-los em batalhões, companhias e pelotões. O batalhão de alunos é dividido em duas companhias e cada uma delas em dois pelotões, sendo a primeira masculina e a segunda feminina. Cada divisão de organização conta com um aluno para comandar e outro para auxiliar, como se fosse um pequeno quartel militar. Ainda nesse viés, no CTBM, eles prezam muito pela meritocracia. Segundo o aluno B. L., 16 anos, quem tiver um bom comportamento, ou alcançar médias altas, pode ganhar alamares (uma espécie de cordinha que é pendurada no braço), além das medalhas no final do ano para os alunos que se destacarem em determinados quesitos de cada série (1º, 2º ou 3º ano). Com esse sistema, estaríamos preparando pessoas para melhorar a sociedade ou para obedecer, apenas?

“Nós, que defendemos os processos democráticos e o desenvolvimento de sujeitos críticos com capacidade de intervenção na sociedade, nos preocupamos muito com a expansão de escolas com esse perfil. Defendemos uma escola laica e soberana, com qualidade e livre de cerceamentos do pensamento”, afirma Celeste Pereira, presidente da ADUFPel.

 

Fonte: Assessoria ADUFPel
Foto: Colégio Militar DF

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