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Crime ambiental ou Projeto de Revitalização? Prefeitura corta árvores centenárias em Pelotas

Nas últimas semanas, um fato tem chamado atenção na Avenida Saldanha Marinho, em Pelotas. Em poucos dias, 19 árvores, que faziam parte da paisagem do local, foram cortadas, gerando debates sobre a decisão do poder público que previa a supressão de 24 árvores, ao todo. Os moradores só conseguiram impedir a continuidade da ação após entrarem com um pedido no Ministério Público.


A prefeitura se manifestou, alegando que algumas plantas estavam ocas, outras em conflito com o patrimônio ou mesmo danificando a rede de drenagem do local. A remoção faz parte de um projeto de requalificação da avenida. Também estão inclusos na revitalização: o Largo de Portugal e o espaço na rua Dom Pedro II, entre a Professor Araújo e Almirante Barroso. Ao total, serão investidos dos cofres públicos R$ 2,3 milhões. Os recursos são de origem federal.


Na Saldanha Marinho, outras 72 árvores foram podadas. Isso diminuiu a sombra que era gerada pelos arbustos no verão, justamente quando Pelotas registra temperaturas máximas próximas a 40º. Entretanto, esse é apenas um dos problemas que os moradores podem enfrentar, já que os impactos socioambientais são ainda maiores.


Segundo Rosangela Rodrigues, professora do Campus Visconde da Graça do Instituto Federal Sul-Rio-Grandense (IFSul), a cidade já se encontra com problemas de pouca arborização e filtração do ar poluído, afetando, consequentemente, a saúde dos moradores. Pessoas que vivem com problemas respiratórios são as que mais sofrem com a poluição do ar. Além disso, algumas árvores que foram removidas eram centenárias.


Segundo os moradores, os poderes executivo e legislativo de Pelotas infringiram a Lei Municipal 4428/99, que dispõe sobre a “Flora Nativa e Exótica”, ao cortar Tipuanas, para lá transplantadas no ano de 1921, além de pés de Ipê Roxo e Piriquiteiras, todas em bom estado de conservação. A lei prevê a supressão das espécies somente em casos nos quais as árvores não estejam mais saudáveis, causando danos ao patrimônio público ou privado, ou quando se tornem obstáculos para o trânsito.


Morador da região, Acelino Guedes defende que o projeto foi feito sem preparo, pois o laudo da revitalização é contestado por arquitetos, engenheiros e agrônomos que tiveram conhecimento da situação. “Um projeto bom é aquele que se adequa à realidade. Como havia árvores centenárias Tipuanas, que tirassem proveito disso”, fala.


Segundo ele, os moradores da avenida estão indignados com a situação, que além de gerar problemas ambientais, afeta diretamente as casas, expondo-as ao sol que agora assola a região.


A partir de então, a situação está sendo levada para a Polícia Ambiental de Pelotas (PATRAM), que irá verificar o laudo técnico do projeto. Membros do Instituto Chico Mendes também já foram informados do acontecimento, e apoiam a luta dos moradores e ambientalistas pelotenses.

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