CSP-Conlutas: Ampliar a busca pela unidade e fortalecer nossas ações em 2015
A CSP-Conlutas divulgou no dia de ontem um balanço sobre o ano de 2014 e perspectivas para o ano de 2015. Confira:
Em 2014 nossa classe
travou muitas lutas. O desafio para 2015 já está posto: mais luta, mais
resistência e unidade para alcançar as vitórias!
Mobilizações – O ano de 2014 foi atípico! Copa do
Mundo, eleições e lutas relevantes. Em todas, enfrentamos governos, de Dilma-PT
ao PSDB, de norte a sul do Brasil, e patrões que lançaram mão de uma
criminalização extrema contra as mobilizações. Estivemos, com as bandeiras de
nossa Central, no meio desse furacão.
A histórica greve dos
garis do Rio de Janeiro colocou a luta de classes no centro dos debates na
época mais festiva e turística do ano em nosso país, contrariando os
“prognósticos” de velhas direções. Os trabalhadores do transporte travaram
verdadeiras batalhas em várias cidades de nosso país. Dos canteiros de obra do
Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro) aos operários da construção
civil do Pará, do Ceará, da construção pesada de Recife e tantos outros
levantes, vimos seguir o combate do setor operário pelo país a fora.
A greve dos metroviários de São Paulo entrou
para a história da luta dos trabalhadores brasileiros. Não somente pela força
da mobilização, mas também pelo alto grau de repressão desferida pelo governo
Geraldo Alckmin, com o ápice nas 42 demissões de por justa causa. A imagem que
ficou, porém, foi a da força e resistência da categoria que enfrentou,
bravamente e ousadamente, o governo tucano. Sua força espalhou energia para as
demais lutas e categorias do Brasil e de outros países.
Neste segundo semestre a
greve dos trabalhadores da Embraer, trazia à luta uma categoria que não
realizava uma mobilização de tal porte desde a privatização da empresa, 1994,
ou seja, há 20 anos.
Essas mobilizações foram significativas e se
somaram a tantas outras de semelhante importância, como as mobilizações, as
greves e o Encontro Nacional em Educação, que levantou como pauta central
exigência dos 10% do PIB para a educação Pública, Já, bem como a aplicação e
ampliação do piso nacional do magistério.
Foram nessas e tantas
outras batalhas que as nossas bandeiras tremularam, que os ativistas de nossa
Central se juntaram aos mais diversos setores de nossa classe e enfrentaram
patrões governos, de Dilma-PT ao PSDB, de norte a sul do Brasil. Essa caminhada
nos levou às ações e também à participação na organização da luta camponesa
contra o latifúndio e o agronegócio. Em terras urbanas, nos jogamos ao apoio e
a luta por moradia, contra a criminalização das mobilizações e da pobreza,
contra toda e qualquer forma de opressão ou preconceito. Atravessamos esse ano,
com o limite de nossas forças, afirmando uma alternativa de direção para as
lutas dos trabalhadores e visando transformar o país e o mundo em uma
sociedade mais justa, mais igualitária e mais fraterna.
Repressão – O aumento da repressão às lutas foi um marco neste ano,
tanto ao atacar direitos sindicais constitucionais garantidos na organização
dos trabalhadores como na repressão mais geral e direta contra as mobilizações.
Durante a Copa do Mundo vimos uma postura totalmente arbitrária, uma faceta
ditatorial instalada tanto pelo governo federal como estaduais.
Não escaparam a essa
ofensiva o Tribunal de Justiça e pelo Ministério Público do Estado do Rio de
Janeiro, quando da decretação de prisão preventiva de 23 ativistas com base em
denúncias vagas de supostos “planejamentos de ação violenta”. Esse aumento da
repressão e criminalização aos movimentos também vimos nos processos sofridos
por ativistas em diversos estados, em buscas feitas no domicilio de
manifestantes, como aconteceu Rio Grande do Sul. Nesse período de Copa do Mundo
vivenciamos um regime de exceção e repressor só antes visto em tempos de
ditadura militar.
Movimentos sociais – Os movimentos sociais e de luta
contra as opressões também vêm de um ano de mobilizações e afirmação de suas
bandeiras: a realização de encontros nacionais, como o de Negros e Negras, os
conflitos enfrentados pelo movimento popular, como foi na ocupação Willian
Rosa, a campanha travada pelo Movimento Mulheres e Lutas, “Não me encoxa que eu
não te furo” ou as mobilizações e ações realizadas pelo movimento estudantil,
com a ANEL a sua frente, foram expressões dessa ação e dessa resistência.
O internacionalismo – Mobilizações internacionais também
marcaram as iniciativas neste ano. A Rede Internacional Sindical de
Solidariedade e Lutas, da qual a CSP-Conlutas faz parte, promoveu
significativas ações visando estabelecer a solidariedade internacional dos
trabalhadores. Entre elas, a expressiva campanha promovida em solidariedade aos
42 metroviários de São Paulo demitidos durante a greve, com mensagens e ações
provindas de cerca de vinte países. A campanha internacional promovida em apoio
ao povo palestino covardemente bombardeado no mês de julho por Israel. Ou ainda
a campanha “Na Copa vai ter luta” que recebeu solidariedade mundial. As
perdas – O ano de 2014 nos impôs perdas dolorosas. A CSP-Conlutas homenageou
esses companheiros em vídeo. Dirceu Travesso, o Didi, que nos deixou em
setembro, abrindo uma fissura difícil de ser preenchida na CSP-Conlutas. Plínio
de Arruda Sampaio, personalidade histórica do movimento, também se foi. Assim
como os companheiros das lutas regionais, Manoel Crispim (RJ), Joel Soares
(RS), Tiago Batista (RS), Roque da Silva (SP), Sandra Fernandes e Icauã (PE) e
Washington Costa (RJ). Perdemos outros ainda. Nosso compromisso é redobrar
nossos esforços para que a luta desses camaradas não seja em vão. Até o
Socialismo Sempre!
Unidade de Ação – A CSP-Conlutas impulsionou e manteve o
“Espaço Unidade de Ação” que potencializou as lutas durante a Copa e permitiu
maior visibilidade para o nosso movimento. Essa iniciativa reafirmou a
necessidade de intensificarmos essa frente única, visando proporcionar o
fortalecimento das lutas dos trabalhadores.
Como parte das resoluções
da última Coordenação Nacional de 2014, a CSP-Conlutas vai seguir priorizando a
busca da unidade de ação em 2015 para enfrentar os ataques que virão contra os
trabalhadores. Como primeiro passo nessa direção, a Central, juntamente com as
entidades que coordenam o Espaço de Unidade de Ação, está convidando todos os
setores combativos para uma reunião em Brasília a ser realizada no próximo dia
30 de janeiro. Estamos apostando na ampliação do envolvimento de outras
entidades para conjuntamente apontarmos nossas bandeiras de lutas no ano que se
avizinha.
2º Congresso Nacional - O ano de 2015 marcará também a realização do 2º Congresso Nacional da CSP-Conlutas, que acontece de 4 a 7 de junho, em Sumaré, São Paulo – o sexto do processo de reorganização sindical e popular.
Esperamos um congresso rico em debates, fortalecido pela
presença de novos setores que se integram à Central e, que assim, saiamos ainda
mais consolidados na batalha pela construção por uma alternativa de luta aos
trabalhadores brasileiros.
Como parte da preparação
do 2º Congresso, a reunião da Coordenação Nacional da Central, que aconteceu em
novembro último, aprovou publicar ainda esse ano uma primeira circular de
organização a ser enviada a todas as suas entidades e movimentos filiados e com
divulgação em todos os meios de comunicação da Central. O manifesto aborda os
principais temas que envolvem sua preparação, o calendário aprovado, a
orientação para o debate na base e a orientação para a apresentação das
contribuições e resoluções pelas entidades.
Que venha 2015!
Fonte: CSP-Conlutas
Edição: Assessoria ADUFPel